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Alexandre Valadares Mello

Assessor de Sustentabilidade da V&M do Brasil

Op-CP-31

Florestas plantadas: fonte de valor para a humanidade

A diversidade da indústria brasileira, juntamente com a disponibilidade de recursos naturais, oferece ao nosso país uma gama de oportunidades para o desenvolvimento sustentável. Hoje, aliar crescimento econômico com inclusão social e preservação ambiental é um tema constante e obrigatório nas agendas estratégicas das empresas e do governo e tem influência direta nos setores da economia.

No segmento de florestas plantadas, por exemplo, essa visão sustentável já foi absorvida. Referência em agrosilvicultura, o setor nacional é um dos que mais crescem no País e ainda oferece boas alternativas para a geração de emprego e de renda.

Segundo dados do anuário estatístico 2012 da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), referente ao ano-base 2011, o valor bruto da produção florestal atingiu R$ 53,91 bilhões, representando um aumento de 4% em relação a 2010.

Da mesma forma, também foi registrado um crescimento nos índices de empregabilidade em diversos segmentos da cadeia produtiva de base florestal plantada, passando de 4,69 milhões de empregos diretos e indiretos para 4,73 milhões.

Além disso, as empresas associadas à Abraf investiram R$ 145 milhões em programas de responsabilidade social nas áreas de saúde, educação e cultura e programas sociais e de educação ambiental, beneficiando um grande número de pessoas nos municípios das regiões de influência das empresas.

Muitas pessoas desconhecem as possíveis formas de aproveitamento das florestas plantadas, que vai muito além da utilização da madeira. Essas florestas contribuem de várias formas para o desenvolvimento socioeconômico do País. Um exemplo é a produção de energia. Sabe-se que as florestas são geradoras de energia por meio da biomassa.

Hoje, mais de 60% da população mundial a utiliza como fonte energética, e 50% das energias renováveis são provenientes das florestas plantadas. As indústrias de papel e de cosméticos também dependem das florestas plantadas para a extração de celulose, essências e corantes. Na indústria medicinal, são essenciais para a produção de cápsulas de remédios. A madeira também é utilizada em larga escala na construção civil e na fabricação de móveis.

As florestas plantadas têm outra função importante: os serviços ambientais. Elas protegem biomas, biomassa e a biodiversidade de várias regiões, atuando no controle da erosão, mantendo o volume de recursos hídricos e a qualidade do ar.

Nesse sentido, a projeção feita pelo Ministério da Agricultura, de aumentar a área de florestas plantadas no País, até 2020, de 6.000.000 de hectares para 9.000.000, terá uma contribuição ecológica importantíssima: com a iniciativa, será possível reduzir a emissão de 8 a 10 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.

Outro serviço ambiental prestado pelas florestas plantadas é a recuperação de áreas degradadas, uma vez que muitas delas são cultivadas em áreas anteriormente utilizadas para pastos ou que tenham sido desmatadas sem novo aproveitamento. Dentro dessa perspectiva, o Ministério da Agricultura prevê o avanço na recuperação de 15 milhões de hectares de áreas degradadas, saindo dos atuais 40 milhões para 55 milhões nos próximos sete anos.

Emprego e renda: Entre as pessoas que dependem diretamente das florestas plantadas, estão os trabalhadores que atuam na gerência e na operação das plantações. Suas atividades envolvem desde a gestão de viveiros, plantio, colheita, carbonização até a logística de entrega dos produtos finais. Geralmente, esses trabalhadores pertencem à comunidade onde as florestas estão inseridas.

Um exemplo é a V&M Florestal (VMFL), subsidiária da V&M do Brasil, onde 96% dos empregados são das áreas vizinhas da empresa. Por isso uma grande preocupação do setor é promover a capacitação necessária para tais atuações, que pode ser feita por meio de parcerias com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Além dos empregos diretos, o modelo das fazendas plantadas permite incluir pequenos produtores em sua cadeia de negócio, otimizando a produção da propriedade e contribuindo para as economias locais. Um bom exemplo são as parcerias com as associações de apicultores. As empresas utilizam as áreas das florestas plantadas para a produção de mel, que pode ser comercializado.

A contribuição da VMB: Com 22 fazendas plantadas no centro, norte e nordeste de Minas Gerais, as quais somam mais de 232 mil hectares, a VMFL possui diversos projetos que visam estimular o desenvolvimento local. Um deles é a parceria com associações de apicultores, que, somente em 2012, produziu mais de 110 toneladas de mel, com geração de renda de R$ 616 mil no período.

No começo do projeto, em 2004, doamos vários equipamentos apícolas, como fumegador, caixas, uniformes e cera. Hoje, cedemos as florestas, uma vez que os 60 apicultores que participam do projeto já possuem condições de ampliar seus apiários.

Também temos o projeto Poupança Verde, que visa fomentar pequenos produtores rurais a atuarem no plantio de bosques de eucalipto. Enquanto essa espécie vegetal cresce e atinge o ponto de ser processada, os produtores podem utilizar a área para desenvolver outras atividades, como agricultura e pecuária, de forma que tenham outra alternativa de trabalho e renda. Nós fornecemos todo o insumo necessário e fazemos o monitoramento, para que não sejam causados danos ao ecossistema local.  

Além disso, há parcerias com associações de catadores de recicláveis. Todo o resíduo gerado nas atividades de silvicultura que pode ser reciclado, como sucatas plásticas, metálicas, papel e papelão, é repassado às associações. No ano passado, doamos 140 toneladas de resíduos, com geração de renda de R$ 42 mil no ano. O transporte é feito por meio de parcerias com o poder público ou pela própria V&M Florestal. O projeto, que teve início em 2008, beneficia 43 famílias.

Também faz parte das nossas ações de investimentos sociais a manutenção de 90 unidades de hortas para Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), que possibilita a geração de renda de R$ 45 mil ao mês, distribuídos entre 90 famílias atendidas pelo projeto. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e proporcionar sustentabilidade para as comunidades rurais.

Trata-se de uma nova alternativa de trabalho e de renda para a agricultura familiar, que beneficia qualquer produtor rural que queira melhorar a qualidade da produção, sem o uso de agrotóxicos, queimadas e desmatamentos. Isso estimula, ainda, o cultivo de alimentos mais saudáveis, tanto para o consumo próprio quanto para a comercialização.

Por meio desses projetos e parcerias, é possível notar que são inúmeras as oportunidades de gerar riqueza para as comunidades próximas às florestas plantadas.

Além da oferta de novos empregos, diretos e indiretos, há a possibilidade de se fazer investimentos em infraestrutura, estimular o consumo de bens de produção local e fomentar novos negócios, sem contar as iniciativas na área social. A indústria florestal é estratégica para o Brasil e sempre está em busca de soluções para propiciar condições econômicas favoráveis para garantir o desenvolvimento social.