Presidente do BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
Op-CP-10
Em seus 46 anos de história, o BRDE vem liderando ações de fomento ao desenvolvimento econômico e social, em sua região de atuação, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por meio do planejamento e do apoio técnico, institucional e creditício, a iniciativas privadas e governamentais. Um segmento tradicionalmente apoiado pelo BRDE é a cadeia de produtos florestais, de grande importância para a Economia Brasileira e, em especial, para os estados da região Sul.
Esta vocação pode ser expressa em importantes cifras: somente a indústria de base florestal e madeira processada representa, hoje, cerca de 4,7% do PIB nacional, com uma capacidade de geração de 10,6 milhões de empregos e investimentos, até 2014, estimados em US$ 23 bilhões de dólares, dos quais 57% são previstos para a região Sul.
Dada a relevância do setor na região Sul, o BRDE vem apoiando desde o plantio de florestas comercialmente exploradas, até indústrias do setor de madeira mecanicamente processada, tais como a indústria moveleira, de produtos de madeira, papel e celulose. Nos últimos cinco anos, o montante liberado pelo BRDE para a cadeia da madeira, nos três estados do Sul, foi de 185 milhões de reais, referentes a investimentos que montam quase 300 milhões de reais.
Acrescente-se a isso o projeto da Lages Bioenergética, um investimento de 80 milhões, para produção de energia elétrica, através de resíduos do processamento da madeira. Tomando Santa Catarina como exemplo: o estado possui dois dos principais Arranjos Produtivos Locais de móveis do Brasil. As regiões de São Bento do Sul e do Oeste Catarinense fazem com que Santa Catarina seja o maior exportador brasileiro de móveis.
Especificamente no setor florestal, Santa Catarina necessita reflorestar 60 mil hectares por ano. O BRDE tomou a responsabilidade de apoiar os projetos de reflorestamento de pequenas propriedades e vem efetivando esse apoio, por meio da linha de financiamento Propflora - Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas.
O programa tem como objetivo socioambiental fixar o homem no meio rural e reduzir a sua migração para as cidades, por meio da viabilização econômica de pequenas e médias propriedades e da contribuição para a preservação das florestas nativas e ecossistemas remanescentes. Em 2006, o BRDE contratou R$ 3 milhões de reais, em projetos de reflorestamento.
Desde a criação da linha de financiamento Propflora, foram mais de R$ 23 milhões aplicados, referentes a 387 operações. Estas ações visam não somente oferecer crédito, como também criar uma alternativa de geração de renda para o produtor rural. Além disso, esse apoio representa garantia da manutenção da competitividade da indústria moveleira catarinense.
Já no segmento de madeira processada mecanicamente, onde se inserem as indústrias de placas e aglomerados, o banco vem atuando no financiamento de novas unidades industriais, aquisição de equipamentos e modernização de plantas fabris. Voltando ao exemplo catarinense, este apoio pode ser apresentado, em valores financiados, no montante aproximado de R$ 87 milhões, especialmente para empresas produtoras de MDF, do estado de Santa Catarina.
Em tempos de discussões, em todo o mundo, acerca das mudanças climáticas que vêm afetando a vida no planeta, as ações do BRDE também têm sido consistentes em respeito ao meio ambiente. Como exemplo, a exigência do atendimento à legislação ambiental, em todos os projetos financiados pelo banco. Ou seja, para que um projeto receba apoio creditício do BRDE, é necessário que o mesmo obtenha as licenças ambientais expedidas pelo órgão competente do Estado. Mas, as ações do banco, de cunho ambiental, não se restringem às exigências. O BRDE também entende como prioritário o apoio creditício a projetos que tenham apelo ambiental, tais como os de tratamento e aproveitamento de resíduos florestais.
Em Santa Catarina, temos um exemplo emblemático de tais prioridades. Em 2003, o BRDE financiou, no município de Lages, a empresa Lages Bionergética, uma Usina de Cogeração, a partir de Biomassa - resíduos de madeira, com capacidade de geração de energia elétrica de 28 MW e 25 ton/hora de vapor, fornecidos às indústrias de madeira da região.
A implantação da Usina não só solucionou o problema dos resíduos gerados pela indústria madeireira no município, que produzem gás metano em seu processo de decomposição, como também recebeu créditos de carbono pela implantação deste projeto no âmbito do MDL, previsto no Protocolo de Kyoto. O investimento total foi de, aproximadamente, R$ 80 milhões, dos quais R$ 49,4 foram recursos disponibilizados pelo BRDE.
No que tange ao apoio técnico e institucional, no ano de 2003, o banco realizou um estudo de toda cadeia da indústria de base florestal, entitulado “Produção e consumo de produtos florestais, perspectivas para região Sul”, o qual identificou as principais regiões com vocação e potencial para o desenvolvimento do setor. Este estudo desempenhou a função de alicerçar as ações do banco, no sentido de consolidar cadeias produtivas regionais, e nortear a função fomentadora desta instituição.