O setor florestal brasileiro vive um momento de expansão e transformação. A instalação de novas fábricas de celulose e papel, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, tem intensificado a disputa por madeira e terras, pressionando a cadeia de suprimentos e elevando os custos operacionais.
Esse cenário impõe desafios estratégicos e operacionais para garantir o abastecimento sustentável de madeira, tanto para as unidades industriais já em operação quanto para as que estão em fase de implantação.
Um dos principais entraves é a inelasticidade da oferta de madeira. Como a formação de florestas demanda tempo, não é possível responder rapidamente a aumentos de demanda. Isso tem levado empresas a enfrentar cenários reais de escassez, com uma escalada nos custos de madeira.
Tal realidade exige uma abordagem integrada que envolva planejamento florestal, estruturação operacional, logística inteligente e estratégias de competitividade.
1. Estruturação de base operacional e planejamento florestal:
A base florestal precisa ser pensada como um ativo estratégico de longo prazo. A formação de florestas comerciais, com ciclos de 6 a 8 anos, exige previsibilidade, escala e governança. A estruturação de uma base sólida passa por:
• Planejamento territorial e fundiário: aquisição de terras em regiões com aptidão florestal, segurança jurídica e proximidade industrial;
• Modelagem de parcerias: contratos de longo prazo com produtores locais, fomentando o cultivo florestal e a geração de renda no entorno das fábricas; e
• Tecnologia e silvicultura de precisão: uso de dados, sensores e inteligência artificial para maximizar produtividade, reduzir perdas e antecipar riscos operacionais.
2. Modal logístico eficiente e competitivo: O papel do Hexatrem:
A logística é um dos principais fatores de custo e risco no abastecimento de madeira. A distância entre as áreas de colheita e as fábricas, combinada com a sazonalidade
e a infraestrutura viária limitada, exige soluções logísticas robustas e flexíveis:
• Planejamento de malha florestal: priorizar plantios em raio econômico, com acesso a vias pavimentadas e menor tempo de ciclo logístico;
• Diversificação modal: uso combinado de rodovias, ferrovias e, quando possível, hidrovias, para reduzir custos e emissões;
• Gestão de TPC (tempo pós-corte): controle rigoroso do tempo entre colheita e entrega, evitando perdas de qualidade e gargalos operacionais;
• Uso de torre de controle logística: implantação de centros de controle que monitoram e coordenam toda a cadeia de transporte em tempo real, com uso de tecnologias de geolocalização, IoT e análise preditiva. Isso garante:
• Visibilidade completa e segura do fluxo de madeira;
• Antecipação, analise e rápida resolução de problemas;
• Otimização de rotas e recursos, e
• Melhoria na comunicação entre fornecedores, transportadores e fábricas.
Hexatrem e por que ele é competitivo?
É uma inovação logística desenvolvida pela Suzano como uma alavanca operacional de competitividade e segurança. Trata-se de uma composição veicular com até 60 metros de comprimento, composta por cavalo mecânico e seis semirreboques, capaz de transportar até 250 toneladas ou 190 m³ por viagem.
Comparado a modais como Tritrem e Rodotrem, o Hexatrem apresenta ganhos expressivos:
• Opera majoritariamente em vias privadas, com infraestrutura especializada como túneis e pontes exclusivas;
• Redução de custo por tonelada;
• Maior eficiência logística e energética em regiões com MS e BA;
• Expansão da malha viária privada com menor impacto ambiental e urbano, e
• Menor emissão de CO2.
3. Competitividade operacional:
Com o aumento da demanda por madeira e a entrada de novos players no mercado florestal, a competitividade passa a ser um diferencial decisivo. Isso envolve:
• Eficiência de custos: expressiva otimização de recursos, mecanização inteligente e renegociação de contratos logísticos e silviculturais;
• Resiliência climática: desenvolvimento de cultivares adaptadas a diferentes biomas e estratégias de mitigação de riscos climáticos, e
• Capacitação e cultura de excelência: formação de equipes técnicas de alto desempenho, com foco em segurança, produtividade e inovação contínua.
Conclusão:
Garantir o abastecimento de madeira para as atuais e futuras fábricas no Brasil exige, na verdade, mais do que escala:
requer inteligência operacional, integração logística — com destaque para o uso de torres de controle para supervisão e tomada de decisão em tempo real — e disciplina estratégica.
A competitividade do setor florestal brasileiro dependerá da capacidade de transformar dados em decisões, ativos em produtividade e florestas em valores sustentáveis.
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Unidade de Negócios Florestal da Suzano Ribas do Rio Pardo: