O Brasil está em posição estratégica no cenário global de florestas plantadas, sendo responsável por cerca de 7,7 milhões de hectares, em sua maioria, composta de pínus e eucalipto, o que abastece um dos principais mercados do País, o de papel e celulose, nos colocando em quarto lugar no ranking mundial produtivo.
A estimativa da Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ, é de que, até 2020, sejam realizados investimentos de R$ 53 bilhões no setor, inclusive para o desenvolvimento de bioprodutos inovadores, que são essenciais para atender à demanda futura da população por alimento, água, terra e energia, objetivos que estão diretamente relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas.
Com espaço territorial, solo fértil, clima propício e investimentos em tecnologia, o Brasil consegue transformar um hectare em 50m³ de floresta plantada por ano, enquanto a Europa consegue 10m³ e o Chile, 18m³. O setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no País.
Focadas na economia verde, as florestas plantadas nos colocam como atores fundamentais no oferecimento de alternativas ambientais sustentáveis, além de evitar o desmatamento e preservar os recursos naturais e a biodiversidade. Nossa atuação como criadores de biotecnologia está intrinsicamente ligada aos anseios do setor de florestas plantadas e da indústria de papel e celulose. Nós acreditamos em que é preciso nutrir uma indústria ainda mais verde, ajudando a economizar recursos e custos, ao mesmo tempo em que ajudamos a melhorar a qualidade, o desempenho e a aparência do produto final entregue ao mercado.
É necessário grande quantidade de água, energia e produtos químicos para produzir polpa e papel. Com o suporte de bioprodutos inovadores, como as enzimas, é possível aumentar a eficiência de muitos processos das fábricas de celulose e papel, o que significa maior economia em eletricidade, água e aditivos, o que ressoa na economia de custos em recursos e insumos, bem como na redução de impactos ambientais para as fábricas.
A demanda pela preservação dos recursos naturais está diretamente ligada aos anseios sociais por produtos de qualidade. Os consumidores estão exigindo cada vez mais produtos ambientalmente adequados. Em comparação com a produção convencional de produtos da cadeia de celulose e papel, o uso de enzimas é mais ecoamigável, mais lucrativo, uma produção verde e sustentável.
Nosso trabalho é fundamentado na biodiversidade. Com base nos micro-organismos que nossos pesquisadores encontraram na natureza, produzimos enzimas que permitem a uma série de indústrias produzir mais com menos uso de energia, água e produtos químicos. São necessárias novas soluções para alimentar o mundo de forma sustentável.
Tudo isso está diretamente ligado ao ODS 9 da ONU, que se relaciona a questões ligadas à indústria, à inovação e à infraestrutura resilientes, fomento à inovação e à promoção da industrialização, de modo inclusivo e sustentável.
O ODS 9 desempenha importante papel no desenvolvimento econômico do País, uma vez que as indústrias são primordiais para a autossuficiência de produtos nacionais e a geração de empregos. O investimento em inovação também é o caminho para encontrar tecnologias e formatos de negócios cada vez mais avançados. Como a meta é buscar essas ações de forma sustentável, o que se busca é oferecer meios produtivos que envolvam menos riscos de impactos ambientais.
No campo industrial brasileiro, existem algumas iniciativas e organizações que trabalham em apoio ao desenvolvimento industrial do País. Uma delas é a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). A Unido é uma agência especializada da ONU que tem como foco a transferência de tecnologia e promoção da industrialização nos países em desenvolvimento. Com atuação no Brasil há mais de 50 anos, a Unido foi parte importante para avanços, estudos e eventos no setor.
Desse modo, também trata de assuntos referentes ao uso de tecnologia para a produção de energia renovável no ramo industrial brasileiro. Para isso, desenvolve projetos em parceria com o governo e outros segmentos, em busca de atender às necessidades específicas do País nesse sentido.
Apesar de existirem ações que, de alguma forma, relacionam-se com as metas do ODS 9, ainda é necessário muito trabalho nesse sentido. Para tanto, é importante que governos, empresas e sociedade busquem, cada vez mais, soluções para a indústria, a inovação e a infraestrutura.
Isso pode ser feito por meio de fomento à pesquisa científica nesses setores, programas de desenvolvimento tecnológico para a indústria e inovação, cursos e capacitação técnica para a indústria, uso de recursos sustentáveis para a fabricação de produtos e produção de energia renovável. Uma união completa para o desenvolvimento de projetos com base na sustentabilidade.