Diretores da J de Souza Metalúrgica
Op-CP-06
O nível de investimento na mecanização da colheita florestal vem crescendo ano a ano, proporcionalmente, aumenta-se a exigência dos clientes, em relação aos produtos. Influenciado por este movimento, os fornecedores inundam o mercado com a mais variada gama de equipamento para colheita e nem sempre os produtos oferecidos são os mais indicados para a realidade brasileira, já que uma parcela considerável desses equipamentos é desenvolvida especificamente para as condições de clima e relevo do país de origem.
Verificamos também o surgimento de uma indústria nacional, preparada para responder às demandas da produção local, isso tudo apesar das dificuldades impostas pelo atual cenário político-econômico, assim como pela necessidade de se vencer antigos paradigmas ligados à qualidade do produto nacional, como: carga tributária desfavorável, mercado cambial atual favorável à importação, desconfiança de uma fatia do mercado consumidor brasileiro, devido à questão cultural, que ainda apregoa “que o produto bom é o importado”.
Porém, mesmo com estes e outros obstáculos, a indústria nacional produz, hoje, uma ampla linha de equipamentos para o setor florestal do Brasil e de boa parte do continente americano. A indústria nacional produz hoje: autocarregáveis, carregadores florestais, carretas florestais, derrubadores florestais, descascadores, garras para baldeio, garras traçadoras, mesas de traçamento, picadores florestais, pinças para skiders, pinhões e rotatores, entre outros.
É importante frisar que é comum, atualmente, as empresas nacionais realizarem viagens de pesquisa a países como Canadá, Chile, EUA, Finlândia e Suécia, para conhecerem as novas tecnologias aplicadas lá. Na região sul, cresce a necessidade do melhor aproveitamento das toras de pinus, que são hoje destinadas a fabricantes de molduras, móveis, portas, casas e outras muitas finalidades.
Tal cenário estimula os fabricantes de equipamentos a produzirem, por exemplo, bens que reduzam a quebra de copada, diminuam a altura dos “tocos”, que tenham precisão na medida de comprimento das toras, etc. Somado ao melhor aproveitamento da madeira, temos o aumento da capacidade de produção de algumas fábricas de celulose e papel.
Com isso, os sistemas de colheita vão mudando ou sendo aprimorados e, inevitavelmente, as necessidades das empresas ligadas à colheita florestal, que, na busca de maior produtividade, ergonomia, redução das agressões ao meio ambiente, dentre outros fatores, centram-se na descoberta de novas alternativas tecnológicas, no que tange à mecanização da colheita.
No restante do país, onde predomina a cultura de eucalipto, não é diferente. O estímulo a mudanças e ao aprimoramento dos sistemas podem ser por outros motivos: aumento da produção de aço, crescimento da produção de celulose e papel de fibra curta e ampliação das áreas de silvicultura.
Exemplo disso vem ocorrendo no sul do Maranhão, norte do Tocantins e metade sul do Rio Grande do Sul. Mas, na verdade, refletem, da mesma forma, na produção de equipamentos florestais, ou seja, os fabricantes precisam produzir bens modernos e eficazes às características de cada sistema de colheita, respondendo, prontamente, à demanda de um mercado em ascensão.
Frente a este cenário, o acompanhamento ao cliente apresenta-se como um dos maiores desafios desse setor. Fazer-se presente no dia-a-dia do cliente é uma necessidade, mais que isso, uma obrigação e, possivelmente, o segredo do sucesso. Isso pode ser feito das mais variadas formas: presença de um membro da empresa via e-mail, telefone ou celular.
A agilidade e disponibilidade para o envio de componentes de reposição, fornecimento de informações e orientações, concessão de garantia, envio de pessoal para assistência técnica, são fundamentais. Nesse sentido, é preciso conscientizar as empresas que atuam na colheita, em relação às questões ligadas à manutenção de seus equipamentos e máquinas florestais.
Sem dúvida, é preciso destacar que já há uma melhora significativa nesse quadro, já que muitas empresas adotam programas periódicos de revisão de seus equipamentos, garantindo, com isso, a vida útil dos equipamentos e diminuindo os gastos com situações inesperadas, que determinam a suspensão da produção, gerando prejuízos expressivos.
Infelizmente, ainda é possível encontrar situações graves, que passam por alimentação hidráulica diferente das especificadas, substituição de peças por outras adaptadas, até o desgaste ou quebra por mau uso. Não se pode deixar de exaltar a boa vontade das empresas ligadas à colheita florestal, no quesito investimento no cenário atual. Estas empresas, em boa parte das ocasiões, investem alto, já que os consumidores deste setor são, em geral, empresas de grande porte, dotadas, na maioria das vezes, de um eficiente departamento florestal, capaz de aferir a viabilidade de qualquer investimento.
Há também um grupo muito expressivo, formado pelas empresas terceirizadas, que, hoje, em sua maioria, são dirigidas por empreendedores, que, além de terem boa visão de mercado, fazem estudos de viabilidade econômica e tecnológica, e ainda recebem a orientação e o apoio da grande empresa contratante. Este fato permite, aos fabricantes, produzirem equipamentos com mais tecnologia embarcada, utilizando, por exemplo, aço de melhor qualidade, vedações de alta qualidade, criação de novos mecanismos. Enfim, produzir um produto com altíssima qualidade e, conseqüentemente, maior capacidade produtiva e qualitativa.
É possível concluir que, atualmente, é forte o movimento de aprimoramento e modificação dos sistemas de colheita florestal no Brasil, o que, somado à renovação do maquinário, que se faz necessária com o passar do tempo, estimula os fabricantes a continuarem trabalhando, no sentido de disponibilizar novas tecnologias às empresas que realizam colheita florestal.