O futuro é incerto, mas podemos mudar para melhor o rumo das futuras gerações. Ainda está em tempo de, juntos, contornarmos os problemas que ameaçam o futuro do planeta. Há muitas iniciativas em prol de um bom futuro, mas que se chocam com os interesses que buscam o lucro e poder sem pensar nas gerações que estão por vir. Se o bem não vencer o mal, estamos a caminho do suicídio coletivo, mesmo a longo prazo e em parcelas regionais, e, mesmo que muitos se salvem, ficarão sequelas por milhões de anos.
A sustentabilidade está ameaçada por uma gama de necessidades humanas indispensáveis à sua sobrevivência. Precisamos corrigir o norte, a forma de se produzir e de conviver com a natureza para garantir a vida humana no planeta. Não tenho medo de errar: as necessidades básicas são responsáveis por muitos problemas ambientais.
Como produzir alimentos para mais de 7 bilhões de pessoas sem gerar impacto ao meio ambiente? Talvez esse seja o maior desafio. Qualquer cadeia produtiva exige utilização de muitos recursos naturais, e é nessa direção que precisamos concentrar o desenvolvimento de tecnologia e o comportamento humano responsável para obter produção limpa e consumo consciente.
Por muitos anos, a floresta vem sendo substituída por culturas de interesse para a produção direta de alimentos ou para a atividade auxiliar na produção de alimentos. Temos bons indicadores de produtividade, somos um país que alimenta significativa parte da população mundial. Sempre que melhoramos nossa produtividade, estamos, de certa forma, contribuindo para a sustentabilidade. Imaginemos que um dia venhamos atingir as melhores condições possíveis e possamos dizer “valeu a luta”.
Estaremos em um mundo sustentável e, de repente, percebemos um cenário onde o crescimento populacional continua ameaçando a sustentabilidade, porque as áreas já agricultáveis estão, todas, em plena atividade, com altos níveis de produtividade, mas todas essas áreas produtivas estarão cercadas de unidades de conservação de uso sustentável e de proteção integral e, para completar o cenário, bilhões de pessoas a serem alimentadas planeta afora.
Ou seja, nesse momento, será necessário rever a extensão das unidades de conservação em prol da produção de alimentos para satisfazer as necessidades dessas futuras gerações. Isso também é sustentabilidade, e, para isso, é necessário repensar a legislação para que as futuras gerações possam reavaliar decisões do passado cujos impactos futuros muitas vezes não foram pensados. Estou falando em algo que certamente acontecerá.
Trabalhar com foco em sustentabilidade significa prosperidade garantida, solidariedade e compromisso com as futuras gerações, economia e patriotismo. É dever de todos buscar atingir esse sonhado status de um mundo sustentável. Entretanto, chama-me a atenção o cenário de nossa nação. Se analisarmos o status da sustentabilidade no Brasil, nos diversos segmentos produtivos, na gestão pública e a própria pegada ambiental amostral da população, constatamos que ainda temos um longo caminho a percorrer.
Alguns pontos que elevam o nível de sustentabilidade de uma nação ainda estão pendentes, é o caso dos lixões da maioria das cidades brasileiras. Como atingir a sustentabilidade se os resíduos domésticos continuam contribuindo para a proliferação de insetos, fungos, vírus, etc., causando danos profundos à saúde pública?
Não podemos creditar a responsabilidade somente aos governos se a população continua jogando lixo nas ruas, nos rios, nas estradas e, pior, às vezes, resíduos tóxicos, como pilhas, baterias, aparelhos eletrônicos. É fundamental que todos busquem viver de uma forma sustentável. É necessário que os governos atuem na liderança dessa caminhada, do contrário, o planeta será um lugar hostil para a humanidade.
O assunto sustentabilidade é algo que precisa ser enfrentado com muita seriedade. Cada líder tem sua cota de responsabilidade, precisa fazer a sua parte a todo momento: em casa, na escola, na empresa, na repartições públicas. É um tema que precisa estar inserido na prática diária de todas as ações humanas. Se quisermos que esse pensamento seja um comportamento natural das gerações futuras, é preciso ser ensinado nas escolas. Isso requer ação governamental firme.
Sustentabilidade e cidadania são um binômio crucial para vivermos em um mundo melhor, que exige melhoria contínua, lastreadas em novas descobertas das pesquisas ou em mudanças comportamentais. O uso de fontes renováveis substituindo e reduzindo o uso de combustíveis fósseis é um bom exemplo.
A natureza vem avisando a cada instante: cidades alagadas por construções que tomam espaço de cursos d’agua, desmoronamento soterrando pessoas, espécies animais em extinção, espécies florestais ameaçadas de desaparecerem, crescimento médio da temperatura do planeta causando desconforto à qualidade de vida e ameaçando a própria vida. Ainda está em tempo, faça a sua parte! Garanta sua participação na sustentabilidade do planeta.