Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil
Op-CP-28
A indústria do aço está associada à história de desenvolvimento do Brasil. Das usinas siderúrgicas instaladas no País, saiu o aço de nossas hidrelétricas, torres de transmissão, edifícios, pontes e viadutos. O aço está nas máquinas e equipamentos que impulsionam o agribusiness e todos os segmentos industriais.
O aço é o material usado em todos os meios de transporte e está presente em todos os momentos de nosso dia a dia. Da mesma forma, a indústria do aço também se associou ao esforço para a construção de um futuro sustentável para o planeta. Vem, permanentemente, atuando para a otimização do consumo de matérias-primas e insumos e redução dos impactos sobre o meio ambiente.
Em 1992, quando foi realizada a Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, o setor praticamente já havia concluído a maior parte dos investimentos em sistemas “fim de tubo”, abrangendo equipamentos de controle das emissões atmosféricas e estações de tratamento dos efluentes líquidos de suas unidades industriais.
Passados 20 anos, o Rio de Janeiro volta, em 2012, a sediar evento da ONU para discutir um novo modelo de desenvolvimento, que propicie a migração para uma economia mais verde e com maior equidade social. No período entre esses dois dos mais importantes eventos mundiais relacionados ao desenvolvimento sustentável, os conceitos e as tecnologias evoluíram.
A indústria passou a atuar na sustentabilidade de seus processos, adotando tecnologias mais limpas, buscando maior eficiência energética e reduzindo os descartes no meio ambiente. Os gases de coqueria e de alto-forno gerados na rota a carvão mineral são aproveitados para a cogeração de energia elétrica. 100% das escórias de alto-forno são utilizadas para produção de cimento, em substituição ao clinquer, reduzindo as emissões de CO2 desse processo e o consumo de recursos naturais não renováveis.
As empresas produtoras de aço no Brasil participam ainda de projetos consorciados destinados a desenvolver tecnologias inovadoras de redução de emissão de CO2 no processo siderúrgico. Quando a rota tecnológica é a base de carvão vegetal, 80% do total consumido pela indústria do aço provêm de florestas plantadas próprias, 10% de florestas plantadas de terceiros e 10% de resíduos florestais legalizados.
Todas as empresas associadas ao Instituto Aço Brasil têm processos de avaliação, qualificação e auditoria desses fornecedores, envolvendo verificações relativas às relações de trabalho e ao cumprimento de todas as exigências legais, incluindo licenças e autorizações dos órgãos ambientais.
No início de abril deste ano, o Instituto Aço Brasil e empresas associadas lançaram o “Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal”, no qual ratificaram o compromisso do setor com a produção sustentável desse insumo. Um dos pontos mais relevantes do documento é o compromisso da indústria do aço de atingir, em até quatro anos, 100% de florestas plantadas para atender à sua demanda de carvão vegetal. Outra ação importante listada no protocolo é a implementação de um Programa de Qualificação de Fornecedores.
As empresas do setor farão a harmonização dos requisitos para avaliação e qualificação de fornecedores, mantendo relação comercial somente com aqueles que cumpram todas as exigências legais. A indústria brasileira do aço reafirmou, dessa forma, seu permanente compromisso com a sustentabilidade.
A concepção de produtos, por sua vez, também vem incorporando, de forma crescente, o ciclo de vida dos materiais, favorecendo aqueles que possam ser reciclados e não causem impactos sobre o meio ambiente ao fim da vida útil. O setor vem de todas as formas enfrentando os desafios para o crescimento sustentável, transformando-os em oportunidades, na expectativa do aumento do consumo doméstico de aço, e considerando os cenários de médio e longo prazos nos quais o desempenho socioambiental será um diferencial importante de competitividade.