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Denivaldo Toledo Camargo

Gerente Florestal e Sustentabilidade da Melhoramentos Florestal

Op-CP-44

A floresta e suas múltiplas funções
Eu poderia começar a dizer que ecossistema florestal é um aliado extremamente importante para a sustentabilidade, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do planeta. As múltiplas funções da floresta – ainda não querendo falar dos produtos presentes em cada passo da nossa vida – são as ações e os processos que, desenvolvidos em parceria com empresas florestais, organizações, prefeituras, entidades, escolas e demais atores, têm sido um fator que tem mudado a “cara” do nosso planeta.
 
Ainda nas ações sociais, é possível identificar, nos relatórios de sustentabilidade das organizações da cadeia florestal, diversos projetos que visam à melhoria da qualidade de vida das pessoas: na educação, contribuindo para a melhoria de um bairro, de uma escola, de uma entidade, treinando e educando pessoas, realizando trabalho voluntário, integrando e perguntando às comunidades sobre suas necessidades e principalmente, avaliando os possíveis aspectos e impactos que podem influenciar nas comunidades limítrofes e adjacentes às áreas da empresa. Por fim, as empresas desenvolvem programas e sistemas de monitoramentos eficientes capazes de minimizar os impactos e reduzir os riscos, propondo, assim, soluções economicamente viáveis e ambientalmente corretas. 
 
As florestas e seus múltiplos têm se mostrado de forma potencializada na questão ambiental. O cultivo florestal é considerado a atividade produtiva com a condição mais eficiente de sequestro de carbono; o cultivo do eucalipto, considerando suas condições de rápido crescimento e maior rapidez para decomposição dos resíduos depositados no solo, a matéria orgânica, confere papel importantíssimo para a mitigação dos GEEs e, com seu processo de fotossíntese, remove o CO2 presente na atmosfera, um dos principais gases causadores do efeito estufa. As florestas contribuem de forma sistêmica e eficiente para a redução de processos erosivos, em que as árvores funcionam como “amortecedores de impacto”, através do dossel formado pelas áreas das plantas, atuando de forma consistente na recuperação de áreas degradadas. 
 
Ainda é possível afirmar que as condições de absorção de água nos períodos chuvosos contribuem diretamente para o estoque de água nos mananciais; isso porque as florestas plantadas atuam como reais captadores e mantenedores do lençol freático e de todas as águas subterrâneas. Recentemente, a cidade de São Paulo passou (e ainda vai passar) por sérios problemas de abastecimento de água; além da incompetência da gestão de águas, uma reportagem identificou que, na maioria das regiões por onde passam alguns rios de importância suprema para o sistema, boa parte dos leitos não tinham nenhuma preservação. Mas o que deveria ser feito para melhorar esse cenário? Umas das soluções é plantar árvores nas margens dos rios.

Não posso deixar de citar uma das maiores iniciativas que já vi sobre preservação da água, o programa Conservador das Águas, projeto de mais de 20 anos realizado pela cidade mineira de Extrema, no sul de Minas Gerais – esse projeto tem mostrado ao mundo que a preservação de nascentes e de mananciais é, sem dúvida, a melhor maneira de fazer essa “multiplicação das águas”.

A base de trabalho do projeto consiste em identificar, proteger e monitorar a regeneração das nascentes, conferindo às comunidades locais, aos produtores rurais e à sociedade em geral, produtos ambientais de qualidade. Sejam eles: fauna, flora, ar, água e paisagem equilibrados e que atendam às reais necessidades humanas - necessidades essas de direito legal a todo cidadão. É de fundamental importância para o sucesso do projeto o plantio de árvores nos arredores das nascentes, nos mananciais e nas suas cabeceiras.

Tal iniciativa tem recebido prêmios no Brasil e no exterior, o que comprova a eficácia do projeto. Além de tudo isso, o produtor rural recebe pelos serviços ambientais realizados, sendo este um bom complemento de renda. Ainda no tema da multiplicação, os plantios em mosaicos, aqueles onde as florestas plantadas se intercalam com fragmentos florestais nativos e Áreas de Preservação Permanente, são, sem sombra de dúvidas, práticas comuns do nosso setor, e isso tem contribuído, de forma fundamental, para o desenvolvimento do ecossistema no qual estamos inseridos. O monitoramento de fauna e flora, presente nos diversos planos de manejo das organizações da cadeia florestal, é outra fonte de multiplicação das ações ambientais que visam conservar a biodiversidade.

 
Em complemento às ações sociais e ambientais, eu diria que o setor de florestas plantadas é um vetor de enorme importância para a sustentabilidade econômica do País. São milhares de empregos gerados nos mais diversos níveis das organizações e da cadeia produtiva. São diversos projetos que, com o apoio econômico das organizações, contribuem para o desenvolvimento das micros, médias e macrorregiões onde atuam, gerando maior competividade e estabilidade aos trabalhadores e às suas comunidades.
 
Por fim, a floresta plantada e seus diversos múltiplos produtos e ações conferem mensuráveis benefícios ao planeta. Os mais de 5,43 milhões de hectares preservados e os mais 7 milhões de hectares de floresta plantada são uma forma incontestável de mostrar que nosso planeta está sendo cuidado de forma responsável pelos mais diversos gestores e atores envolvidos nessa importante cadeia. Podemos dizer que o setor de florestas plantadas é um exportador de boas práticas; cada tonelada de celulose ou do papel que chega aos mais variados mercados mundo afora carrega consigo uma série de melhores práticas de preservação ambiental, de cuidado social e de sustentabilidade econômica. 
 
O trabalhador florestal, hoje em dia, sabe da importância de seus atos, de suas ações e de suas devidas consequências ao meio ambiente. Isso é um ativo que merece respeito e admiração por todos aqueles que são os verdadeiros multiplicadores do setor.