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Vinicius Casselli

Gerente de Marketing da Attachment Tecnologies

Op-CP-06

Qual é realmente o custo de produção de seu produto?

Graças às condições climáticas e, principalmente, ao excelente trabalho de nossos pesquisadores, o Brasil, hoje, é referência no melhoramento genético de eucalipto e pinus: espécies exóticas que aqui se adaptaram muito bem. O desenvolvimento de clones específicos para celulose, carvão, fabricação de móveis, postes, para climas quentes e amenos resultou em grande economia para as empresas.

O setor industrial também se modernizou para atender às normas, exigências e, principalmente, para aumentar a competitividade, frente a outros países. Porém, entre o plantio e a fábrica estão as duas atividades com as maiores oscilações de valores, que irão depender muito do clima, relevo e do sistema de colheita utilizado. Fórmula ideal para colheita?

Infelizmente ainda não descobriram! Cada caso deve ser analisado para que seja proposto um modelo de colheita que mais se adapte. É comum encontrarmos diferentes sistemas de colheita dentro da mesma empresa, buscando atingir o menor custo de produção. Dentre conversas e apresentações dos equipamentos das empresas que representamos, é comum ouvirmos a pergunta: “Quanto que esta máquina produz?” É uma pergunta importante? Sim, sem dúvida!

Mas não é a mais importante para a tomada de decisão na escolha de um equipamento. Toda e qualquer atividade que vise lucro deve ter sempre em mente uma conta básica: “Valor que recebo por um produto ou serviço” menos “Valor com que consigo produzi-lo ou executá-lo”. Parece uma comparação primária, subestimando a capacidade dos leitores desta revista. Mas o objetivo é mostrar que antes de qualquer decisão, a primeira pergunta a ser feita, deverá ser: “Qual o meu custo de produção com esta máquina ou sistema?”

Dentre os sistemas de colheita, poderemos listar desde o sistema manual, até com o mais alto grau de mecanização possível. São várias as possibilidades de colheita, que poderão ser aplicadas entre estes dois extremos. Mas sempre levando em conta uma regra básica: “Custo Final do meu produto produzido” É possível ter o custo mais baixo com sistema manual?

Sim, com certeza. Ainda mais se levarmos em conta relevos muito inclinados, áreas pequenas e o baixo volume a ser produzido. Se levarmos em conta 12 anos atrás até a data presente, o Brasil teve um salto em mecanização florestal muito superior a qualquer outro país que desenvolva atividade florestal. É claro que grande parte desta tecnologia foi importada de países, como Suécia, Finlândia e Canadá.

Mas, o Brasil não passou por um processo progressivo de mecanização. Empresas mecanizadas trabalham hoje com o que há de mais desenvolvido no mercado, mesmo que estas máquinas tenham sido desenvolvidas para atuar em florestas e condições bem diferentes daquelas aqui encontradas. A atividade florestal tem que ser lucrativa, acima de tudo, independente de qual tipo de máquina ou sistema a ser utilizado.

O trator agrícola é um equipamento que pode ser utilizado de várias formas na atividade florestal, fazendo o arraste, carregamento, baldeio, descascamento, desgalha-mento, entre outras funções. Existem vários implementos, que adaptados aos tratores os tornam uma potente máquina florestal. De forma alguma, estou criticando máquinas florestais, como harvesters, forwarders, feller bunchers, skidders, entre outras. São extremamente eficientes e com baixo custo de produção, desde que aplicadas em condições específicas, onde as mesmas possam desempenhar a máxima produção.

Caso alguma máquina florestal de alto investimento seja utilizada de forma ociosa, iremos chegar ao tema principal da nossa conversa: Qual é o custo de produção do meu produto? Será que um determinado volume não poderá ser manejado com outras máquinas, com menor investimento? Posso trabalhar com um sistema semi-mecanizado? Posso comprar uma máquina com menor capacidade de produção e não deixá-la ociosa? Posso trocar meu harvester por dois tratores agrícolas, com processador acoplado na TDP (Tomada de Potência)?

Espere um pouco, pode-se argumentar: “um harvester produz mais que um ou dois tratores agrícolas!” Sim, mas a qual custo? Um trator agrícola consome seis litros de diesel por hora, um harvester consome 18! Todos os sistemas utilizados no Brasil hoje poderão dar lucro ou prejuízo, depende de qual forma serão utilizados. O transporte da madeira colhida até a fábrica é outra atividade, onde pode haver variações de valores.

É adotado o sistema de toras desgalhadas, descascadas ou não e cortadas na medida exigida pela fábrica. Onde poderei economizar neste cenário? Ao invés de transportar toras com a medida exata para a fábrica, poderia transportar toras com o dobro de comprimento inicialmente especificado. Haveria ganho no processamento das árvores em toras, no baldeio destas toras até a beira da estrada e no carregamento destas toras para um caminhão.

Ao chegarem à fábrica, estas toras poderão ser descarregadas e cortadas ao meio, através de um sistema de serra hidráulica, acoplada na garra que faz o descarregamento. Diminuiria o rendimento no descarregamento, mas, em contra-partida, teria ganhos em três operações, no campo, processamento, baldeio e carregamento. Felizmente, existem várias idéias e possibilidades, graças à variedade de máquinas e implementos, que poderão ser aplicados na atividade florestal.

No Brasil, existem fabricantes de máquinas e implementos, de muito boa qualidade, além, é claro, da grande disponibilidade de equipamentos importados, que já atuam no Brasil há muito tempo. Isto deixa a empresa que atua no mercado florestal com várias possibilidades de escolha, mas sempre atentando que a definição na escolha de uma máquina não é somente o custo de aquisição ou manutenção, e sim o quanto se gasta para se produzir com esta ou aquela máquina.