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Silvana Nobre

Diretora de Soluções da Savcor Forest

Op-CP-15

Respostas baseadas no conhecimento florestal sistematizado

A silvicultura brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência e desempenho, traçou seu caminho sobre os trilhos firmes do conhecimento. Ao longo das décadas, que já somam mais de um século, as gerações passaram o bastão para seus sucessores, orgulhosos dos ganhos alcançados. O conhecimento produzido e adquirido é, hoje, a fonte onde buscamos soluções para enfrentar a atual crise mundial.

Esta crise mundial mostra a importância de investimentos, feitos com lastro em ativos físicos. Nesse sentido, as florestas plantadas passaram a ser consideradas uma alternativa segura de investimento. O setor florestal brasileiro ficou em evidência e a cobrança por transparência de informações aprofundou-se, pois os investidores, com o objetivo de calcular riscos, querem ver números precisos e bem fundamentados.

É nesse contexto que os técnicos florestais buscam respostas para duas pressões aparentemente contraditórias, restrições de caixa hoje podem comprometer a oferta futura de produtos, com a devida qualidade e quantidade. Afinal, florestas são feitas no longo prazo. A resposta para essa tensão está, certamente, na atenção que deve ser dada ao conhecimento já adquirido e disponível nas organizações florestais do nosso país.

O ciclo sinérgico da geração e uso do conhecimento evolui rapidamente no ambiente tecnológico nas últimas décadas. O setor florestal, liderado pelas indústrias de celulose e papel, investiu em tecnologia da informação e, por isso, temos hoje, pelo menos, 50% das nossas florestas plantadas, geridas por sistemas integrados, o que têm nos levado à sistematização do conhecimento adquirido e nos permitido passar por este momento de tensão com tranquilidade e segurança.

Já existem tecnologia e conhecimento disponíveis no setor, que nos permitem:
a. fazer planos de manejo otimizados de longo prazo, com restrições no curto prazo;
b. calcular impactos da restrição de caixa hoje, no futuro das florestas, usando ferramentas de programação matemática;
c. simular crescimento sujeito a restrições operacionais, com equações ajustados sobre a base de dados histórica de medições de inventário;
d. calcular impactos de investimento;
e. compreender nossos custos, correlacionando-os estatisticamente às informações edafoclimáticas, e
f. calcular os impactos ambientais das operações silviculturais.


Evolução da TI Florestal: A primeira publicação sobre uso da tecnologia da informação como ferramenta de apoio ao processo de gestão florestal ocorreu no início dos anos 80 e marcou o início do estabelecimento coletivo de conceitos brasileiros de gestão florestal baseada em informação. O primeiro “cadastro no computador” abriu caminho para uma série de conceitos e práticas de trabalho, que direcionam os profissionais florestais brasileiros na gestão das suas atividades.

Nos anos 80, quase 100% das indústrias de base florestal desenvolveram sistemas próprios de recepção de madeira na fábrica e adquiriam ferramentas estatísticas que atuavam sobre bases de arquivos texto isoladas, para apoiar o melhoramento genético e inventário.
Nos anos 90, enquanto as fábricas investiam em grandes sistemas de gestão integrada, como o SAP e seus correlatos, os florestais aprenderam a trabalhar com SIG, coletores de dados, programação matemática, análises estatísticas sobre dados edafoclimáticos, apoiando o crescimento tecnológico da silvicultura. As empresas compraram equipamentos sofisticados, coletaram dados, mapearam a área, foram a fundo na automação dos viveiros, calcularam custos, desenvolveram a silvicultura de precisão.

Nos anos 2000, caminhamos para o uso do sistema integrado, reunindo, em uma única plataforma, o SIG, a estatística, os bancos de dados, a mobilidade, a história e a matemática com banco de dados; estatística com SIG; móbile com dados históricos; programação matemática com banco de dados. Enfim, reunimos o que tínhamos em um só ambiente integrado. Muito além da tecnologia e dos dados, integramos nossos processos, desde o viveiro, até a entrega de madeira.


Maturidade na gestão da informação florestal: A integração dos processos e das pessoas acontecem ao mesmo tempo, ambas viabilizadas pelo ambiente tecnológico de informação.

Transpomos as barreiras geográficas e culturais existentes entre as distintas equipes florestais e já somos capazes de otimizar os processos de produção de mudas, plantio e colheita juntos, com base em parâmetros operacionais e pesquisa, com ganhos na casa dos milhões de reais, só pela sincronização dos processos.

Hoje, fechamos o ciclo e quebramos as últimas barreiras que nos separavam da fábrica. Através da integração de dados do cadastro florestal, com dados do processo industrial, passamos a dominar ferramentas que nos permitem encontrar correlações reais entre as variáveis florestais e as variáveis do processo industrial. Assim, temos agora condições de calcular planos de mínimo impacto e de adaptação da floresta às tão almejadas necessidades industriais, uma merecida conquista dos nossos dedicados profissionais da engenharia florestal e da tecnologia da informação.