Diretor Geral da Scania no Brasil
Op-CP-15
O setor florestal brasileiro contribui de maneira bastante expressiva para a economia nacional, seja para consumo direto ou para exportação, na geração de empregos ou na conservação e preservação dos recursos naturais. Historicamente, a economia florestal tem sido responsável por um dos cinco maiores saldos comerciais positivos do país.
O Brasil possui uma vocação agrícola grande, com florestas que foram e são intensamente exploradas ao longo da história. Quando juntarmos nossa extensão territorial às condições climáticas e aos índices pluviométricos anuais, ao dinamismo e à criatividade do povo brasileiro, e a um governo que transmita confiança aos investidores internacionais, teremos ainda mais credibilidade e um potencial de crescimento ainda maior para o agronegócio e, especialmente, para o segmento florestal.
Ao mesmo tempo, os maiores desafios de nosso mercado são a conservação das florestas nativas e o atendimento à demanda do mercado por meio de florestas plantadas. Em tempos em que o aquecimento global e a sustentabilidade são temas amplamente discutidos, é fundamental que os recursos naturais sejam preservados ao máximo, não só pelas empresas, mas pela sociedade como um todo.
O transporte da madeira da floresta até a fábrica é efetuado, principalmente, por meio de caminhões. As composições mais utilizadas são denominadas tri-trens e rodo-trens, que transportam, em média, 45 toneladas de madeira por viagem. Os veículos indicados para esse tipo de trabalho devem ter, preferencialmente, ao menos, 420 cavalos de potência.
Os principais países exportadores de celulose do mundo estão localizados no hemisfério norte. Com isto, o ciclo vegetativo do eucalipto, árvore em que a idade de corte chega a ser de cinco a sete anos, torna-se maior que aqueles conseguidos no Brasil. Isto se transforma em maior produtividade por hectare ao longo da cadeia, explicando assim o interesse de investidores estrangeiros no segmento de celulose no Brasil.
Sobre a atual crise econômica mundial, acredito que o exemplo a seguir traduz, de maneira bem clara, o momento pelo qual estamos passando. Se compararmos o país ou as empresas a uma família, seria como atravessar um período de desemprego do pai ou da mãe, por exemplo, quando a receita irá diminuir e, consequentemente, surge a necessidade de apertar os cintos para atravessar esse período de dificuldades com mais tranquilidade.
Pois é exatamente essa atitude que vemos com frequência nas empresas atuantes no transporte de madeira. Para não correrem riscos desnecessários, os grandes e médios frotistas estão programando as compras de 2009 de maneira criteriosa. Afinal, em tempos de instabilidade econômica ou não, a carga precisa ser transportada e, para isso, são necessários veículos que estejam em boas condições para esse tipo de trabalho.
Ainda comparando as empresas e o país com a família, será ainda melhor se houver uma poupança, onde se possa buscar recursos sem recorrer a bancos e aos juros de mercado. Nesta situação, a compra de cotas de consórcio surge como uma excelente alternativa, pois o cliente encontra duas vantagens principais. A primeira são as baixas taxas de juros, e a segunda é a possibilidade de programação de compra.
Em contrapartida, atento a esta situação de instabilidade, o governo brasileiro tomou algumas medidas como forma de incentivar a compra e o giro de capital. A ação mais importante, principalmente para o segmento no qual atuamos, foi a redução do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, neste 1º trimestre do ano.
Sem dúvida, a medida foi importante para alavancar as vendas de caminhões de janeiro, fevereiro e, principalmente, de março, quando os compradores devem aproveitar o último mês da redução para fechar negócios que estavam programados para o segundo semestre. Em tempos em que as notícias levam às especulações pessimistas, é importante sair da onda negativa e preparar toda a cadeia, desde o plantio ao transporte da madeira, para a retomada de mercado, quando o cenário econômico estiver estabilizado.
É por isso que permanecemos oferecendo suporte ao transportador para encontrar soluções adequadas ao negócio, seja em financiamento de produtos, ou na programação para a compra. Diante dessa postura, acreditamos que em um futuro próximo o setor de madeira será uma das alavancas para o crescimento das vendas de caminhões e da retomada econômica deste nosso Brasil.