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Alexandre Barboza Leite

Diretor da Teca Consultoria e Daplan Serviços Florestais

Op-CP-19

Grandes mestres, grandes desafios, grandes oportunidades

Atualmente, podemos afirmar, sem maiores ressalvas, que a silvicultura e toda a cadeia impulsionada pelos seus diversos produtos representam importante papel no cenário nacional. Planilhas econômicas, fundos de investimentos e executivos do mercado financeiro são figuras rotineiras na atual atividade florestal.

Produtividades, custos de implantação e exploração, projeções futuras e constantes comparações dos resultados obtidos, com diversas aplicações e outros mercados, são discutidos de forma segura e embasada por um mercado aquecido, crescente e repleto de oportunidades para a nova geração de profissionais e empresas.  

Com certeza, essa situação não foi sempre favorável. Basta uma breve visita ao passado relativamente recente, para nos surpreendermos com o avanço e com a velocidade com que todo esse processo evoluiu. Entre os diversos fatores que contribuíram para essa evolução, vale destacarmos, com a merecida reverência, o “time”, formado hoje por “veteranos” profissionais envolvidos nessa fase inicial. Arrojados empreendedores, na maioria dos casos, idealistas, que, entre erros e acertos, elevaram a silvicultura nacional aos padrões atualmente reconhecidos e respeitados em todo o mundo.

A nova geração de profissionais florestais tem como obrigação, além do eterno agradecimento pelo esforço, envolvimento e dedicação despendidos por essas pessoas, manter o nível de desenvolvimento alcançado, fazendo evoluir a atividade florestal continuamente, com a mesma coragem e dedicação desses nossos mentores. Sem dúvida, trata-se de enorme desafio.

O grande trunfo da nova geração, além da disponibilidade de todo o histórico, é a oportunidade de ter muitos desses profissionais veteranos ainda disponibilizando seus conhecimentos e sua vasta experiência no mercado. A mescla entre essas gerações, desde que respeitadas as devidas posições, tende a ser o grande diferencial dessa atual fase de transição da silvicultura nacional.

Aspectos silviculturais, envolvendo melhoramento genético, adequação de espécies e espaçamentos, nutrição de plantas, otimização dos serviços de implantação, manutenção e colheita, logística, transporte e desenvolvimento de diferentes produtos e mercados foram e serão alguns dos contínuos desafios da atividade.

O desenvolvimento de novas fronteiras florestais será uma obrigação da nova geração. No entanto a oportunidade de consulta ao “time de veteranos” profissionais florestais e o próprio imediatismo da economia moderna não permitirão erros; eventuais aventuras irresponsáveis deverão ser punidas com severa repulsa pelo mercado e pela sociedade.

Por mais atrativos que sejam os números e as planilhas, o respeito ao meio ambiente, aos fatores sociais, os limitantes climáticos e, principalmente, a experiência dos bons homens de execução ainda deverão ser preponderantes e decisivos na tomada das decisões. As florestas deverão ser responsabilidade de profissionais capacitados, “homens da atividade florestal”, preparados para enfrentar o mercado e eventuais deslumbres, decorrentes de tantas projeções favoráveis.

Oportunistas e oportunidades serão separados, naturalmente ou de maneira forçada, para a manutenção da moralidade da atividade. Nas atuais regiões florestais, a inserção real do pequeno e médio produtor e a integração com as comunidades serão fundamentais. Qualificação e valorização da mão de obra e diversificação dos produtos da floresta, através de diferentes tipos de manejo, deverão ser as novas tendências. Esse processo deverá ser apoiado pelas instituições de pesquisas e pelos grandes consumidores de madeira.

É fundamental que ocorra o fortalecimento e, principalmente, a união das entidades do setor. A junção dos diferentes segmentos será imprescindível para que ocorra um processo de discussão, criação e implementação de políticas de desenvolvimento setorial. Os desafios são grandes; sigamos os exemplos dos nossos grandes mestres, e grandes serão as nossas oportunidades.