Me chame no WhatsApp Agora!

Alexandre Coutinho Vianna Lima

Diretor Florestal da MIP Florestal

OpCP76

Treinamento de mão de obra para proteção florestal
Quem nunca participou de uma conversa sobre uma vaga de emprego e ficou impressionado com a quantidade de requisitos necessários? Essas questões são comuns e fazem parte do setor de recursos humanos. Mas antes de tirar conclusões, precisamos entender que, dependendo das atividades exercidas, existem formações mínimas exigidas pela legislação para atender às responsabilidades e atributos que os profissionais terão de assumir.

Nesse contexto, temos diversos níveis de escolaridade, como ensino médio, técnico, tecnólogo, nível superior e pós-graduação. Tão fundamental quanto a escolaridade, o nível de experiência do profissional conta muito. O setor de árvores plantadas está inserido neste cenário e busca cada vez mais pessoas qualificadas para atuar nas operações, já que a base para o sucesso é normalmente determinada pela sua produtividade por área.
 
Consideremos as áreas cultivadas de eucalipto em diferentes estados do Brasil, com destaque para o Mato Grosso do Sul. Esse setor demanda profissionais de diversas áreas, especialmente na Proteção Florestal, que envolve especialistas em: insetos-pragas, doenças, plantas daninhas, incêndios florestais, fisiologia de plantas, produtos para manejo, legislação federal, estadual e municipal, além dos requisitos das certificadoras. 

Pode parecer simples a atuação de cada profissional dessas áreas, mas há uma complexidade de fatores intrínsecos e correlatos, que exige um entendimento abrangente para tomar decisões informadas e estar extremamente familiarizado com as condições climáticas.

Em outubro de 2023, o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS) publicaram uma síntese diagnosticando a demanda por recursos humanos para atuar em operações florestais. A pesquisa revelou uma necessidade mínima de 9.350 profissionais para diversas funções. A maior demanda foi para líderes-supervisores nas operações de plantio, totalizando 4.350 pessoas distribuídas em cinco principais grupos, incluindo combate a pragas e doenças (975 pessoas), plantio (900 pessoas), irrigação (775 pessoas), controle de matocompetição (400 pessoas) e aplicação de fertilizantes (400 pessoas). Esta pesquisa considerou apenas o Mato Grosso do Sul, não incluindo a demanda de outros estados brasileiros e países vizinhos na busca de profissionais.
 
Para suprir suas demandas de mão de obra, as empresas do setor florestal têm fortalecido parcerias com diversos órgãos e instituições, como a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (Ipef), a Sociedade de Investigações Florestais (SIF), a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Social da Indústria (Sesi), sindicatos rurais, universidades, prefeituras e empresas privadas. 

Essas instituições estão preparadas para formar tecnicamente os profissionais e reciclar os já inseridos no mercado. Novas tecnologias estão sendo introduzidas, como o desenvolvimento de softwares, aplicativos mobile e inteligência artificial, utilização de veículos não tripulados e tecnologias de aplicações. Em breve, espera-se a integração de robótica nas operações florestais, transformando ainda mais o setor.

Compreendemos que as habilidades técnicas necessárias para a execução das atividades podem ser desenvolvidas, mas o perfil comportamental é crucial. Competências como trabalho em equipe, liderança, comunicação eficaz, resiliência, proatividade, adaptabilidade e empatia são fundamentais. A palavra-chave aqui é comprometimento, e, para alcançá-lo, algumas estratégias podem ser utilizadas nos treinamentos:

1. Alinhar os Treinamentos com os Objetivos Pessoais e Profissionais
• Identificar Necessidades: Realize avaliações para identificar as necessidades de desenvolvimento de cada colaborador.
• Objetivos Personalizados: Estabeleça objetivos de treinamento que estejam alinhados com as metas de carreira dos colaboradores e as necessidades da organização.
 
2. Tornar o Treinamento Relevante e Aplicável
• Conteúdo Prático: Foque em conteúdos que os colaboradores possam aplicar imediatamente em seu trabalho.
• Exemplos Reais: Use exemplos e estudos de casos reais que sejam relevantes para o setor e para a função dos colaboradores.

3. Utilizar Diversos Métodos de Treinamento
• Aprendizagem Mista: Combine métodos de treinamento, como e-learning, workshops presenciais, webinars e treinamento no local de trabalho.
• Interatividade: Inclua atividades interativas, como simulações e exercícios práticos.

4. Incentivar a Participação Ativa
• Discussões e Feedback: Promova discussões em grupo e sessões de feedback onde os colaboradores possam compartilhar suas experiências e aprender uns com os outros.
• Projetos Colaborativos: Incorpore projetos em equipe que permitam aos colaboradores aplicarem o que aprenderam de maneira colaborativa.

5. Reconhecer e Recompensar o Engajamento
• Certificações e Selos: Ofereça certificações ou selos de conclusão que os colaboradores possam adicionar aos seus perfis profissionais.
• Recompensas e Incentivos: Ofereça recompensas, como prêmios, bônus ou oportunidades de desenvolvimento de carreira para os colaboradores que se destacarem nos treinamentos.

6. Facilitar o Acesso ao Treinamento
• Flexibilidade de Horários: Ofereça treinamentos em horários flexíveis que permitam aos colaboradores participarem sem comprometer suas responsabilidades diárias.
• Acessibilidade: Utilize plataformas que permitam acesso fácil e remoto ao material de treinamento.

7. Criar um Ambiente de Aprendizagem Positiva
• Cultura de Aprendizagem: Promova uma cultura organizacional que valorize e incentive o aprendizado contínuo.
• Apoio da Liderança: Garanta que os líderes e gestores apoiem e participem dos programas de treinamento, mostrando seu valor para a equipe.

8. Solicitar e Implementar Feedback
• Avaliações Pós-Treinamento: Solicite feedback dos participantes após cada sessão de treinamento para entender o que funcionou bem e o que pode ser melhorado.
• Ajustes Contínuos: Use o feedback recebido para ajustar e aprimorar continuamente os programas de treinamento.

9. Utilizar Tecnologia para Melhorar a Experiência de Treinamento
• Plataformas de E-learning: Utilize plataformas de e-learning que ofereçam uma experiência de usuário intuitiva e recursos interativos.
• Gamificação: Incorpore elementos de gamificação, como pontos, níveis e competições amigáveis, para tornar o treinamento mais envolvente.

10. Comunicação Clara e Eficaz
• Divulgação Antecipada: Comunique claramente os objetivos, benefícios e detalhes logísticos dos treinamentos com antecedência.
• Reminders e Follow-ups: Envie lembretes e follow-ups para manter os colaboradores informados e engajados.

Engajar colaboradores em treinamentos e qualificações requer uma abordagem multifacetada que combine relevância, interatividade, reconhecimento e apoio contínuo. Ao alinhar os treinamentos com os objetivos dos colaboradores, o aprendizado torna-se mais amigável, garantindo um envolvimento no processo evolutivo de todos.