Atualmente, o termo “sustentabilidade” é uma das palavras mais utilizadas por empresas de todos os tamanhos, ao redor do mundo. O motivo para a intensa preocupação com o tema deve-se à crescente pressão exercida por uma população cada vez maior, mais longeva e consciente dos limitados recursos naturais encontrados no planeta. Nesse sentido, também cresce a busca por soluções que enderecem as demandas populacionais e que, ao mesmo tempo, tragam respostas adequadas ao desafio de restabelecer e manter o equilíbrio dos ecossistemas que habitamos.
Como exemplo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os materiais de origem plástica já respondem por 60% a 80% do lixo encontrado nos mares. Com base nos dados e projeções apresentados durante o Fórum Econômico Mundial de Davos deste ano, até 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.
Se, por um lado, identificam-se desafios a serem resolvidos, por outro, emergem soluções que visam superá-los. Observamos, por exemplo, uma crescente descontinuação do uso de plásticos não recicláveis e sua substituição por outros materiais de mais fácil degradação. Além disso, esse resíduo retirado dos oceanos começa a se transformar em matéria-prima para a fabricação de novos produtos, como tênis. Cabe mencionar, também, o avanço do chamado “plástico verde”, elaborado a partir do etanol da cana-de-açúcar, já utilizado mundialmente por mais de 150 marcas, e que, presentes as condições adequadas, degrada-se em tempo consideravelmente menor do que os plásticos convencionais.
Essas e diversas outras iniciativas refletem os tipos de mudanças que vêm sendo impulsionadas recentemente e de forma muito bem-vinda. Sai de cena a Economia Linear, marcada pelo uso único e pela geração de resíduos, e entra a Economia Circular, em que reduzir, reciclar e reutilizar prevalecem e permitem que o máximo possível de materiais retorne à economia para nova utilização.
Nesse contexto, a indústria de papel e celulose tem trabalhado fortemente para colocar-se na dianteira dessa evolução – afinal, o setor é um dos pioneiros na priorização e na redução do consumo de recursos naturais, na otimização do uso de matérias-primas e na reciclagem em sua própria cadeia produtiva.
Além disso, quando o assunto é Economia Verde e atividades de baixa pegada de carbono, a indústria de árvores plantadas do Brasil desponta como uma das poucas referências mundiais com potencial sustentável para absorver um aumento global por consumo de madeira.
Cabe mencionar que, para cada hectare plantado em terras brasileiras, 0,7 hectare é preservado. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), são 7,84 milhões de hectares de área plantada para comercialização – dos quais o segmento nacional de papel e celulose responde por 35% – e outros 5,8 milhões de hectares conservados.
Outro ponto de destaque é a logística reversa do setor, que também posiciona o Brasil entre os maiores recicladores globais. O índice de recuperação de papel corresponde a 64% do volume consumido no País, e a eficiência do gerenciamento de processos se reflete positivamente em outros indicadores de sustentabilidade. Atualmente, 66% dos resíduos industriais são aplicados na geração de energia, em substituição ao uso de combustível fóssil; cerca de 25,5% dos resultantes da produção de cavacos, serragem e aparas de papel são reaproveitados como matéria-prima pelo próprio setor; já os sólidos florestais, por sua vez, ficam no campo, totalmente destinados (99,7%) à proteção e à adubação do solo.
Muitos desses avanços foram viabilizados em razão do advento da Indústria 4.0, que vem promovendo transformações que contribuem para o desenvolvimento de um modelo de negócios já focado em mitigar impactos e riscos, considerando o ciclo produtivo completo. Dessa forma, antecipar tendências vem tornando a indústria do papel e celulose cada vez mais eficiente, inteligente e, acima de tudo, sustentável, com um olhar atento e atuante no futuro.
De modo geral, ainda há muito trabalho pela frente quando se trata de criar um ambiente genuinamente sustentável para a nossa e para as próximas gerações. Assim, entendemos que é com a união de forças e a colaboração de agentes públicos e privados, pessoas físicas e jurídicas, universidades, associações, entre outros, que conseguiremos promover avanços efetivos na criação de um ambiente mais equilibrado para vivermos.