Diretor Executivo da ABRAF
Op-CP-30
É incontestável a liderança mundial do setor de florestas plantadas do Brasil, fato esse reconhecido em todos os fóruns. Porém essa liderança não se deve apenas às favoráveis condições edafoclimáticas do País, mas, principalmente, aos maciços investimentos em pesquisa e desenvolvimento realizados ao longo de anos, tanto pelo setor privado como por universidades, instituições de pesquisas e órgãos públicos de fomento.
Esses investimentos, inicialmente fundamentados em materiais genéticos, manejo florestal e ambiental, criaram as condições ideais de desenvolvimento das culturas de eucalipto e pinus e sua difusão para as diversas regiões deste nosso Brasil.
Com isso, houve a expansão da base florestal, proporcionando a verticalização da atividade, através da implantação de diversas indústrias de transformação de madeira proveniente de florestas plantadas. Isso colocou o setor em posição de destaque na economia nacional.
Outro resultado importante decorrente da aplicação de recursos, que na maioria das vezes é feito em parcerias com universidades e institutos de pesquisas, é a formação de profissionais de diversos níveis.
Temos, hoje, na academia, um celeiro de formação de pessoas, e seus efeitos podem ser observados pela excelência de gestão do setor. Analisando o que foi descrito, podemos concluir que estamos em posição confortável e não precisamos mudar nada. Mas não é bem assim!
Vivemos em um mundo de constantes transformações, muitas delas em velocidades surpreendentes, fazendo com que os cenários se alterem em um curto intervalo de tempo. Frente a isso, o que fazer para nos manter competitivos? Primeiramente, quanto aos investimentos em P&D, mesmo que as condições econômicas não sejam as mais favoráveis, é fundamental mantê-los.
Avançamos muito nas metodologias empregadas, e os resultados nesse segmento são alcançados no longo prazo e de forma continuada; eventual interrupção ocasiona atraso em efeito cascata e muito tempo para se retomar. Outro fator de que não podemos nos descuidar é a formação de pessoas.
Com a globalização dos mercados e a rápida propagação das informações, a exigência atual é por profissionais capazes de atuar em situações adversas. Não há dúvida de que o Brasil dispõe de condições para manter-se na fronteira do conhecimento, e o setor sabe da sua competitividade e investe continuamente em P&D e gestão.
Porém existe outro ponto fundamental no qual devemos focar nossa atenção: é o fortalecimento das instituições. Em toda a sociedade organizada, são as leis e os marcos regulatórios que orientam as condutas que devem ser observadas e seguidas.
Temos que atuar de maneira organizada e contínua nesse segmento, para que possamos concatenar os resultados alcançados e colocá-los em prática, respeitando as exigências da sociedade. O setor de florestas plantadas consolidou seu papel nos cenários nacional e internacional fundamentado em sólidos conceitos.
Não há dúvida de que temos um horizonte promissor para os próximos anos. Para que possamos nos manter como protagonistas nesse segmento, devemos continuar investindo em pesquisa & desenvolvimento, em gestão e no fortalecimento institucional.