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Izabel Cristina Rodrigues Figueiredo

Coordenadora Técnica do Grupo Plantar

Op-CP-77

O manejo florestal e a sustentabilidade
O Brasil, com sua vasta biodiversidade e extensas áreas de florestas, possui uma vantagem natural significativa para o desenvolvimento de atividades econômicas florestais.  Essa riqueza natural permite ao país ser um dos principais produtores de papel, carvão vegetal e painéis de madeira no mundo, contribuindo de forma expressiva para a balança comercial e para a geração de empregos e renda em diversas regiões. Portanto, a atividade econômica florestal no Brasil, além de competitiva internacionalmente, desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico do país.
 
Entender a dinâmica das florestas naturais é essencial para o manejo eficaz das florestas plantadas, garantindo sua sustentabilidade a longo prazo. Além disso, práticas modernas de silvicultura e manejo florestal responsável contribuem não apenas com o aumento de produtividade, mas também com a preservação da biodiversidade e a resiliência das florestas frente às mudanças climáticas, assegurando que as florestas plantadas sejam recursos renováveis para as gerações futuras.

O desenvolvimento consciente é fundamental para garantir que as atividades florestais sejam benéficas para todos. Isso envolve um compromisso com o bem-estar das comunidades locais, a proteção do meio ambiente, a viabilidade econômica e a prosperidade compartilhada. Esses princípios ajudam a criar um equilíbrio entre as necessidades atuais e a capacidade do meio ambiente de atender às demandas futuras.
 
A adoção de estratégias conservacionistas no manejo florestal do eucalipto é essencial para a preservação ambiental e a rentabilidade. A discussão desses métodos é vital para o futuro da silvicultura e para o equilíbrio ecológico. 
 
Nesse contexto, no negócio florestal, temos vários exemplos de técnicas simples, práticas e econômicas que podem ser extremamente eficazes, as quais serão comentadas a seguir. A colheita CTL (Cut-to-Lenght - método de toras curtas) é um exemplo excelente de prática responsável na gestão florestal. 
 
Ao deixar resíduos orgânicos como tocos, raízes, galhos, folhas e cascas no local, contribui-se para a manutenção da fertilidade do solo e para a biodiversidade. Esses materiais se decompõem e se transformam em nutrientes que alimentam novas plantas e microrganismos, criando um ambiente florestal mais saudável e robusto. Além disso, aumenta a viabilidade do manejo de condução da floresta, evitando atividades de alto custo econômico e de grande efeito ambiental. 
 
A integração de métodos de controle de matocompetição é fundamental para um manejo florestal consciente. A roçada mecanizada, por exemplo, é uma alternativa eficiente que evita o uso de herbicidas, contribuindo para a conservação do solo e a saúde do ecossistema. Além disso, a utilização de subprodutos da carbonização do eucalipto como aditivo em herbicidas é uma prática inovadora que contribui para diminuição da dose de produtos químicos comerciais, promovendo um sistema de cultivo mais ecológico e produtivo.

Outra técnica é a utilização da rochagem com objetivo de remineralização do solo. Este método oferece uma alternativa à adubação tradicional, podendo melhorar a qualidade física, química e biológica do solo e aumentar a eficiência no uso de nutrientes e reduzir custos. 

Além dos benefícios como o aumento do pH do solo e a estimulação da atividade biológica, a rochagem se destaca por sua capacidade de liberar nutrientes de forma gradativa e contínua, contribuindo para uma floresta mais equilibrada e econômica. Mais um importante aliado da silvicultura é a utilização da compostagem. Ela representa um sistema eficaz para o aproveitamento de resíduos, transformando-os em adubo orgânico rico em nutrientes. Este processo não só contribui para a saúde do solo, mas também promove um ciclo equilibrado de matéria orgânica, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos, minimizando a degradação do ambiente e fortalecendo o equilíbrio ecológico.

O uso de drones na silvicultura representa um avanço significativo na sustentabilidade ambiental. A tecnologia permite uma aplicação mais precisa de insumos, como água e fertilizantes, minimizando o impacto ambiental e melhorando a eficiência do plantio. Além disso, a redução no uso de máquinas pesadas contribui para a preservação da estrutura do solo e diminui a emissão de gases poluentes, alinhando a prática silvicultural com as necessidades de conservação do meio ambiente.

Por fim, cito o controle biológico em florestas que é indiscutivelmente uma estratégia extremamente eficiente para redução da população de pragas. Como apoio, são desenvolvidos nas biofábricas os principais bioinsumos à base de microrganismos (fungos, bactérias e vírus) ou macrorganismos (parasitóides, predadores, insetos benéficos). Esses insumos são essenciais para melhorar a saúde do solo e das plantas, reduzindo a dependência de produtos químicos, cujo uso inadequado ou excessivo leva a desequilíbrios que aumentam ainda mais a dependência por insumos sintéticos.
 
Falando um pouco mais sobre os produtos microbiológicos, eles são essenciais na silvicultura sustentável, atuando como aliados no aumento da fertilidade do solo e na proteção das plantas contra pragas e doenças. Utilizando microrganismos benéficos, esses produtos não apenas melhoram a saúde do solo, mas também contribuem para uma produção mais segura e responsável. Ainda, com os avanços das regulamentações e tecnologias, o uso desses produtos biológicos está se tornando cada vez mais acessível e vantajoso. 
 
Ao adotar essas medidas, as empresas não só contribuem para a saúde ambiental, mas melhoram a eficiência e a rentabilidade a longo prazo. É um sistema que beneficia todos – negócios, comunidade e o planeta.