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Aécio Neves da Cunha

Governador do Estado de Minas Gerais

Op-CP-02

Minas e sua vocação para a silvicultura

São robustos os números apresentados pela silvicultura no conjunto da economia mineira. Detentor da maior área de florestas plantadas de eucalipto do País, com um maciço florestal que soma mais de 1,5 milhão de hectares, não há dúvidas de que o nosso Estado é hoje um dos pólos mais atraentes para implantação de empreendimentos de grande porte neste setor. Ainda mais que 50% deste total de hectares vincula-se ao setor siderúrgico, apenas 4% à produção de celulose e o restante, 700 mil hectares, a outras aplicações.

Basta que observemos os vastos territórios da região Norte, do Jequitinhonha e do Leste de Minas, ali onde se verifica o maior volume estadual de florestas homogêneas e contínuas. Somente o Vale do Jequitinhonha concentra 27% de nossa plantação de eucalipto, um fato que, somado à presença da usina hidrelétrica de Irapé, em construção pelo governo do Estado e a Cemig, fará daquela região uma fronteira estratégica para o nosso desenvolvimento econômico e social.

Sabemos que, de modo crescente, os países do hemisfério sul, ainda com amplas áreas para a expansão da produção industrial de florestas, assumem posição de destaque no comércio internacional de celulose. E o Brasil, neste contexto, ocupa uma posição privilegiada. Em especial por nossas condições climáticas, que contribuem de modo decisivo para novas áreas de florestas plantadas, ou pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento florestais, realizados sobretudo a partir dos últimos 40 anos.

Em termos nacionais, nos primeiros dez meses de 2005, as exportações brasileiras de celulose de eucalipto tiveram um crescimento de 10,8% em relação a igual período de 2004. Dito de outro modo, elas passaram de US$ 1,40 bilhão para US$ 1,55 bilhão. Visto ainda por outro ângulo, detemos hoje 20% do mercado internacional deste produto e somos responsáveis por 61% da produção mundial.

Com base em um cenário assim tão vigoroso e promissor, Minas Gerais apresenta enormes potenciais de crescimento, seja para abrigar novas plantas industriais ou para expandir as já existentes. Uma boa demonstração disto é o projeto da Celulose Nipo-brasileira (Cenibra). A empresa, sediada em Belo Oriente, já anunciou o propósito de dobrar sua capacidade de produção, atingindo, em 2011, a marca elogiável de 1,8 milhão de toneladas ao ano.

Outros dados vêm fortalecer ainda mais os atrativos de Minas para esses empreendimentos. Entre eles, o custo competitivo das terras localizadas nessas áreas, principalmente nas regiões dos vales dos rios Doce, Pardo, Jequitinhonha e Mucuri, próximas às principais plantas de celulose implementadas ou em fase de expansão no Estado, voltadas ao mercado internacional.

Por outro lado, essas regiões convivem, historicamente, com índices de crescimento econômico e desenvolvimento humano abaixo da média mineira, com elevadas taxas de êxodo rural, muito embora o grande contingente de mão-de-obra à espera de empreendimentos que ali cheguem, que ali se instalem para dinamizar a vocação e as potencialidades locais. Entre elas, obviamente, as resultantes da silvicultura.

Da parte do governo de Minas, merece destaque a criação da Câmara Setorial de Silvicultura, um fórum de grande relevância para a discussão de todos os elos desta cadeia produtiva, em especial naqueles temas relacionados com a competitividade e a qualidade dos produtos. E, como bem sabemos, a silvicultura é fundamental para o crescimento da indústria da celulose.

Aliás, foi graças a medidas assim que o setor pôde saltar de 68 mil hectares plantados de eucalipto ao ano, em 2002, para 220 mil hectares na implantação de maciços florestais no Estado em 2005. O que, sem dúvida, é uma expansão vigorosa, sobretudo em regiões como as dos rios Pardo e Jequitinhonha.

Ações dessa natureza, aliadas a projetos vitais de infra-estrutura, por exemplo, para recuperação das rodovias estaduais, para permitir acesso asfaltado aos municípios ou para levar a energia elétrica, através da Cemig, aos vales do Jequitinhonha, Mucuri e rio Doce, significam uma firme contrapartida do governo de Minas. Uma contrapartida, vale dizer, para sedimentar condições favoráveis aos empreendedores do setor e aumentar as fatias de nossa participação na produção nacional, seja em celulose, seja em toda a cadeia produtiva da silvicultura.