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Jader Vaz

Diretor Operacional da JS Florestal

Op-CP-24

A terceirização nas novas fronteiras

Na última década, a terceirização cresceu de forma expressiva no Brasil, em todos os setores. A competitividade tem feito com que as empresas foquem suas atividades de forma intensiva em sua linha principal de produção e, com isso, abriu muitas oportunidades para os serviços terceirizados.

No setor florestal, já existem terceiros com alto nível tecnológico capaz de atender, sem nenhuma dificuldade, a todas as exigências técnicas, legais, etc. Pode-se garantir que a terceirização no setor florestal atingiu excelentes indicadores de performance, atendendo ao elevado nível tecnológico da silvicultura brasileira.

Essa mesma situação procura-se alcançar nas novas fronteiras, como Piauí, Maranhão, Pará, entre outras. Entre as dificuldades encontradas, destaca-se a inexistência da cultura dos empreendimentos e das atividades de silvicultura nessas regiões e as suas consequências: falta de mão de obra treinada; indefinição de procedimentos silviculturais; dificuldades no planejamento das operações de acordo com o interesse da contratante; falta de serviços de apoio para aquisição e manutenção de máquinas e equipamentos, etc.

A nossa empresa, fundada há sete anos, tem lutado todos os dias com tais dificuldades para que o contratante mantenha a confiança e a credibilidade na terceirização e no serviço que prestamos. Sabemos que as empresas não abrem mão de seus custos referenciais e da obediência irrestrita a todos os cumprimentos sociais, legais, educacionais, etc.

Cabe ao terceiro preparar-se adequadamente com treinamentos intensivos de seus funcionários e criação de mecanismos que incorporem, o mais rápido possível, em seus procedimentos operacionais, as tecnologias já desenvolvidas em outras regiões. Esse trabalho fica sobremaneira facilitado quando é entendido pela contratante, que, nesses casos, se torna uma verdadeira parceira.

As dificuldades se tornam complexas quando a contratante se afasta do dia a dia da contratada e fica, no final da linha, pagando e exigindo custos cada vez mais baixos e o melhor resultado, mas sem se preocupar e nem querer conhecer as dificuldades rotineiras. É a maneira mais simples e cômoda de se terceirizar, mas os resultados podem não ser satisfatórios para as partes envolvidas.

Sem uma verdadeira parceria para se viver conjuntamente as dificuldades a serem superadas, o trabalho nessas novas regiões poderá ficar bastante sacrificado para o terceiro, para as empresas interessadas e para a própria silvicultura. Entendemos também que o trabalho da terceirização, nessa nova fase de crescimento do setor, vai necessitar de novos arranjos.

Na verdade, são novos desafios, e precisamos estar preparados para transformá-los em novas oportunidades de crescimento. Há consciência também de que essa fase pode ser limitante para muitas empresas. Não cabem improvisações. Há necessidade de organização empresarial, mão de obra continuamente preparada, recursos financeiros para investimentos em equipamentos e máquinas, criatividade e profissionalismo em todos os procedimentos. Nas regiões de silvicultura tradicional, essas exigências são fundamentais, e, com certeza, não será diferente nessas novas fronteiras.

A terceirização cada vez mais vai tomando o perfil do contratante, e, para que esse processo se torne concreto, torna-se indispensável o entendimento entre contratante e contratado. Pode-se até afirmar, com muita convicção, que o sucesso da terceirização em qualquer empresa depende muito do profissionalismo e do entendimento pessoal e técnico das partes.

Desde as mais simples decisões de campo até as tratativas de negociações e contratações entre as partes interessadas, a manutenção dessa abertura para conversas e discussões é de vital importância.  Entende-se também que os terceiros precisam avançar permanentemente na organização e na gestão empresarial, no profissionalismo de seus colaboradores e na criatividade de seus serviços.

Criar novos serviços e mecanismos para facilitar controles, assegurar a qualidade dos serviços prestados, proteger o patrimônio da contratante, gerar contínuas condições para a mão de obra utilizada e, principalmente, integrar-se de maneira cidadã às comunidades de atuação deverão ser exigências a serem respeitadas e valorizadas continuamente. Com tais procedimentos e filosofia de trabalho, com certeza, a terceirização também estará crescendo nas novas fronteiras, com preços justos e qualidade assegurada.