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José Henrique Ferreira

Diretor Comercial da Brisa Consulting

Op-CP-14

A tecnologia da informação e a gestão florestal moderna

Alguns anos atrás, os investimentos em Tecnologia da Informação - TI, nas empresas de base florestal eram bastante modestos. A administração das florestas destas empresas estava normalmente vinculada a um departamento industrial, que possuía todo o foco de investimentos. A aquisição de softwares até a compra de equipamentos eram colocadas em segundo plano em relação às demandas das plantas industriais.

Era uma situação comum nessa época, a adaptação de sistemas voltados à gestão de processos fabris para controlar as informações oriundas dos povoamentos florestais. Outra situação muito comum era a criação de ferramentas desenvolvidas dentro das próprias organizações para resolver, mesmo que de forma pouco satisfatória, as demandas por informação dentro destas empresas, pois mesmo nesses casos a prioridade de atendimento das equipes de TI internas continuava sendo a indústria.

Essa prática levou a uma lenta evolução dos ambientes computacionais das empresas, estruturas vitais para atender à demanda por informação dos seus usuários. Há cerca de vinte anos, iniciou-se um processo de valorização dos ativos florestais, transformando-os em unidades de negócio que poderiam apresentar resultados tão ou mais satisfatórios que os processos industriais aos quais eram vinculadas.

Esta mudança, na forma como as florestas eram tratadas até então, trouxe profundas alterações nos processos de gestão das empresas do setor. Impulsionadas pelo crescimento do mercado e acirramento da concorrência, os responsáveis pela condução destes negócios viram-se obrigados a elevar os investimentos em recursos de TI, para aumentar a competitividade dos mesmos.

Essa necessidade fez surgir empresas especializadas no desenvolvimento de soluções para gestão florestal que, apostando no desenvolvimento desse mercado, investiram recursos nesse aprendizado, projetando, em parceria com especialistas da área florestal, soluções (softwares) adequadas às necessidades do mercado florestal, influenciando na disseminação de novos e eficientes conceitos de gestão.

Para se ter uma idéia dessa evolução, hoje, com o advento de recursos tecnológicos, é possível mapear, através da rastreabilidade das informações, toda a cadeia produtiva, do viveiro até a comercialização ou industrialização dos produtos florestais. Em função desses acontecimentos, atualmente vivemos uma nova realidade. Com o surgimento da internet de alta velocidade e a conseqüente redução de distâncias, o investimento em recursos de TI passou a ser obrigatório e fator preponderante para se garantir o mínimo de competitividade e se alcançar os objetivos das estratégias de gestão das empresas.

A Gestão Florestal Moderna: O pilar de sustentação dessas soluções é o conceito de gestão florestal baseado no melhor uso dos recursos naturais e produtivos. O planejamento e controle da execução das atividades é peça fundamental dentro deste modelo: “gestão de ativos mais gestão de custos mais gestão financeira é igual a criação de valor”.

Para criar valor, dado um diagnóstico inicial, as empresas necessitam mapear e modelar seus processos, focando nos objetivos do negócio de forma integrada, compartilhando informações, otimizando processos e assim oferecendo maior eficiência e agilidade nas tomadas de decisões. No segmento florestal, esse movimento irá retornar em forma de controle sobre os custos de formação das florestas, gestão de ativos florestais, custos de colheitas e principalmente gestão sobre receitas, maximizando a geração de caixa, e conseqüentemente criando valor para a organização, seus proprietários e investidores.

A base central do modelo de gestão florestal está no controle da formação dos ativos florestais, isto é, controle de custos. Monitorar os gastos desde a produção da muda, passando pelo preparo do solo, implantação e manutenção das florestas até a árvore formada, pronta para uso comercial, e atividades ligadas à colheita e transporte.

A evolução tecnológica (software e hardware) gerou ganhos para aplicação de metodologias de controle de custos, como a ABC - Activities Based Cost, que até então era complexa demais para se colocar em prática. A escolha de um modelo de custeio, associado às melhores práticas de TI, propicia às empresas florestais uma excelente capacidade de tomada de decisão, baseada em informações obtidas a um nível de detalhe nunca antes imaginado e consolidadas em intervalos de tempo cada vez menores.

A gestão atual requer um modelo capaz de filtrar, num mar de informação, aquela que fará a diferença frente à concorrência, colocando a empresa num alto nível de excelência de organização e qualidade. A escolha do melhor modelo de sistema de gestão florestal, seja ele informatizado ou não e, que esteja alinhado com o momento atual da economia mundial, exige entender a evolução da gestão e seus conceitos, além de aliá-los à cultura da própria empresa, para compor um modelo totalmente integrado e voltado para processos. Para isso, é preciso rever posições que até então eram tidas como corretas e repensar antigos conceitos, usando o que está ao nosso alcance: Tecnologia da Informação.