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Ronaldo Luiz Sella

Gerente de Comercialização e Fomento da Klabin

Op-CP-10

Pólos de desenvolvimento: decisivos para a sustentabilidade

As urgências sociais, ambientais e econômicas da sustentabilidade, no século 21, não podem prescindir dos pólos de desenvolvimento florestais. Recurso de múltiplos benefícios, esses pólos, tais como se desenham hoje, em sua modernidade industrial, tecnológica, ambiental e de inserção na sociedade, são fortes propulsores de desenvolvimento, envolvendo atividades econômicas estratégicas para o país, gerando oportunidades para comunidades e contribuindo para a preservação do meio ambiente.

No âmbito das empresas, em que as ações de sustentabilidade são itens mandatórios, os pólos de desenvolvimento avançaram em suas dimensões, de forma a atender aos imperativos de produção e econômicos de atividades como a madeireira, de papel e celulose, e também, nas suas vertentes científicas - com conquistas em variadas áreas da cadeia de custódia - e social, como provedores de renda e oportunidades às famílias.

É um desafio complexo para as empresas que lideram a formação e desenvolvimento desses pólos, a materialização de um manejo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável, a partir da intrincada trama de possibilidades ali presentes. O pólo industrial de Telêmaco Borba, PR, é um exemplo de que é possível vencer esse desafio, com ganhos para as atividades industriais, para a sociedade e para o meio ambiente.

A sua formação, no início da década de 90, resultou de uma iniciativa da Klabin, do poder público municipal e de representantes da sociedade, que contrataram a Universidade Estadual de Ponta Grossa para realizar análises e indicar qual seria o segmento industrial de maior potencial na região. As atividades baseadas na matéria-prima florestal, manejada dentro dos princípios do uso múltiplo, sustentável, abundante e com qualidade, surgiram naturalmente dos estudos, como alternativa clara para impulsionar o pólo.

Para a Klabin, ficou claro que a disponibilidade daquela matéria-prima, aliada ao crescimento da empresa e à própria expansão das florestas, por meio de programas de fomento, poderia impulsionar a geração de emprego e renda para a região, incluindo as populações, em um grande projeto, bem planejado e com possibilidades reais de garantir sustentabilidade.

Mais tarde, em março de 1998, a Klabin obteve a certificação ambiental do FSC - Conselho de Manejo Florestal, o que se tornou um diferencial importantíssimo para o pólo, principalmente quanto à exportação do gênero eucalyptus. A Klabin, desde então, põe esse conceito em prática, tornando disponíveis em Telêmaco Borba, por meio do manejo florestal, múltiplos produtos das árvores, que impulsionam a criação de várias empresas de segmentos como de laminação, de compensados, de molduras, pisos, vigas, painéis, etc.

Essas empresas devolvem à Klabin os resíduos florestais, que são utilizados na produção de celulose e energia, tudo obedecendo um planejamento estratégico de redução de distâncias e busca de sinergias. Contribuem para o sucesso dessa forma de atuação os demais agentes sociais da região, como o poder público de Telêmaco Borba, que suporta o pólo com a concessão de áreas com a oferta de serviços, como o de terraplanagem e infra-estrutura.

Segundo dados de 2005, da Secretaria da Indústria e Comércio de Telêmaco Borba, o Distrito Industrial da cidade gera mais de 3.500 empregos diretos, ligados à cadeia da madeira, sem considerar a Klabin. Em 2000, eram pouco mais de mil. Ali estão instaladas, e em funcionamento, 52 empresas, que consomem acima de um milhão de toneladas anuais de madeira certificada pelo FSC. Estão em Telêmaco Borba também quatro das cem maiores indústrias exportadoras de produtos de base florestal do Brasil.

Em outra frente, o Programa de Fomento Florestal da Klabin, sem dúvida, é a grande oportunidade da sociedade participar dos Arranjos Produtivos Locais, como o de Telêmaco Borba, ampliando a malha de fornecimento de madeira. A formação de florestas em áreas ociosas e marginais das propriedades rurais, incorporando-as ao processo produtivo de grandes indústrias, é capaz de garantir uma poupança futura para pequenos e médios proprietários e, conseqüentemente, sua fixação na terra.

As parcerias têm possibilitado o aumento na oferta de madeira, para todas as atividades envolvidas nos pólos florestais. Em sua face mais ampla, as parcerias viabilizam a recuperação de remanescentes florestais nativos e a melhoria da qualidade de vida das populações envolvidas, além de promover capacitação e educação ambiental. Com isso, impactos da produção florestal são minimizados e propriedades e paisagens podem ser planejadas.

Hoje, o Programa de Fomento da Klabin abrange 70 mil hectares de florestas plantadas nos estados de Santa Catarina e do Paraná, em um total de 11 mil produtores rurais, que são incentivados a plantar eucalipto e pínus. Cerca de 123 milhões de mudas já foram distribuídas pela empresa, desde então. Iniciativas como estas, aliadas a outros programas de responsabilidade social – indispensáveis também na teia da sustentabilidade – colocam os pólos de desenvolvimento florestal no centro dos temas essenciais à discussão dos rumos do planeta neste início de milênio, principalmente no Brasil, que desponta como protagonista na construção de um futuro sustentável para o globo.