Professor de Mensuração Florestal da UFPR
Op-CP-19
A engenharia florestal da Universidade Federal do Paraná - UFPR, criada em 30 de maio de 1960, com o nome de Escola Nacional de Florestas (ENF), foi instalada primeiramente na então Universidade Rural do Estado de Minas Gerais - UREMG, hoje Universidade Federal de Viçosa - UFV. No entanto, após 4 anos em Viçosa, em novembro de 1963, foi oficialmente transferida para Curitiba e incorporada à Universidade Federal do Paraná - UFPR.
Com a transferência da Escola Nacional de Florestas para Curitiba, o governo do estado de Minas Gerais criou, em fevereiro de 1964, a segunda Escola de Florestas do Brasil, então denominada Escola Superior de Florestas, incorporando-a à UREMG, em Viçosa. Apesar de se reconhecer a necessidade da criação de um curso de nível superior em engenharia florestal e de surgirem várias proposições nesse sentido, desde a década de 1920, somente a proposta de 1958 obteve sucesso.
Essa proposição surgiu dentro do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura. Embora o grupo do Rio de Janeiro tenha proposto a locação da nova escola junto às então Escola Nacional da Agronomia e Nacional de Veterinária, hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, por decisão unilateral do então presidente Juscelino, a Escola Nacional de Florestas – ENF foi alocada no seio da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, hoje UFV.
Como no Brasil daquela época não havia disponibilidade de professores para as disciplinas profissionalizantes, o governo brasileiro firmou, em novembro de 1961, um convênio com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, tendo a FAO como gerenciadora. Com a chegada dos primeiros professores da FAO, oriundos de diversos países, notadamente da Europa, estes começaram a questionar a localização da Escola Nacional de Florestas - ENF, e, ao mesmo tempo, fazer gestões para a transferência da ENF para outro lugar onde, segundo eles, houvesse maior tradição florestal.
Após dois anos, a ENF foi transferida para Curitiba, com professores, estudantes e funcionários, e anexada à Universidade do Paraná, passando, assim, do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação e Cultura. Esse foi um fato inédito. Em 1967, foi criada a terceira escola de florestas do Brasil, alocando-a na hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Na década de 1960, foram formados apenas 198 engenheiros florestais, dos quais 149 em Curitiba (UFPR), e 49 em Viçosa (UFV), então federalizada em 1969. O ensino florestal no Brasil continuou evoluindo nos anos seguintes com a criação de mais 7 escolas na década de 1970, 5 escolas nos anos de 1980 e mais 5 na década de 1990, perfazendo um total de 20 escolas até o ano 2000.
O conjunto desses cursos graduou 1.644 engenheiros florestais entre 1970 e 1979; 3.168 entre 1980 e 1989; 2.642 entre 1990 e 1999, perfazendo um total de 7.652 engenheiros florestais nas quatro primeiras décadas de existência da engenharia florestal no Brasil. Os anos de 2000 foram pródigos na criação de cursos de engenharia florestal no Brasil, passando de 20 para 57 cursos, portanto praticamente o dobro dos criados nos 40 anos anteriores.
Somente nesta década de 2000, foram graduados aproximadamente 7.535 engenheiros florestais (INEP). Isso significa que os graduados nessa década é praticamente igual ao número das quatro décadas anteriores. A soma dos números por década indica que, atualmente, somos 15.187 engenheiros florestais formados no Brasil, com tendência de aumentar consideravelmente, tendo em vista que muitas das escolas recém-criadas ainda não tiveram egressos.
A pós-graduação também teve grande impulso desde que foi criada em 1972 e instalada em 1973, na Escola de Curitiba (mestrado), seguida por Viçosa (1976), USP-ESALQ - Piracicaba (1976), INPA (1980). Esses cursos deram o suporte de recursos humanos para a criação e o desenvolvimento de outros. Mantendo o pioneirismo nos três níveis acadêmicos, a Escola de Curitiba criou, em 1982, o primeiro curso de doutorado em engenharia florestal no Brasil.
Em 1989, surgiu o segundo curso de doutorado, em Viçosa. Até 2000, eram dez os programas de pós-graduação, nível de mestrado, e apenas quatro de doutorado. Em 2010, já são 19 cursos/programas que oferecem o mestrado e 13 de doutorado. Esses cursos têm formado, em média, nos últimos anos, 190 mestres e 65 doutores.