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Brígida Maria dos Reis Teixeira Valente

Coordenadora de P&D da ArcelorMittal BioFlorestas

Op-CP-30

Integração: ganho efetivo e real

É mencionado por muitos estudiosos no assunto que, “Para uma empresa se manter competitiva, é necessário criar um valor superior a todos os seus custos, e que este valor deve ser reconhecido pelo cliente”. A principal ferramenta para a manutenção da competitividade da empresa é a pesquisa e o desenvolvimento.

Essa área, em uma empresa florestal, é vista como principal meio de crescimento. Esse crescimento pode ser sinalizado por ganhos em incremento volumétrico, em qualidade de produtos madeireiros e não madeireiros, adequação do manejo silvicultural e resistência a pragas e a doenças. Todos esses ganhos podem ser transcritos em qualidade do produto final e na redução de custos.

A estruturação da P&D: equipe, projetos e investimentos; varia de empresa para empresa e, normalmente, encontra-se dividida em setores, como solos e nutrição, sistema de manejo, melhoramento genético, biotecnologia, pragas e doenças.

Os setores ainda são subdivididos em projetos, que se encontram alinhados com as diretrizes da empresa, metas de ganhos em aspectos primordiais de qualidade do produto final e indicadores internos de rotina.

Existem alguns fatores que limitam a execução de projetos desses setores: complexidade técnica, necessidade de equipes especializadas, tempo de análise para obtenção de resultados, alterações climáticas, ocorrências de pragas e doenças, altos investimentos necessários, além de novidades constantes em software de análises de dados, análises laboratoriais, máquinas e implementos.

Como principal forma de amenizar esses fatores limitantes, na execução de projetos de pesquisas, tanto técnicos como operacionais, empregam-se as interações e parcerias entre universidades, centros de pesquisas públicos e privados, laboratórios, pesquisadores, estudantes e empresas.

O setor florestal apresenta-se como um setor de grandes interações. Dessas interações, os programas cooperativos, que são formados pelos principais pesquisadores, são o melhor meio de formar e difundir conhecimento, diminuir os custos fixos, o tempo para a obtenção dos resultados e possibilitar a inovação.

A ausência dessas interações impossibilitaria a apresentação do nosso país, bem como é mencionado pelos principais meios de informação, como o líder em diversos segmentos de pesquisas no setor florestal.

Entretanto existem alguns segmentos desse setor que necessitam do desenvolvimento de novas pesquisas. Os fluxos bilaterais por conhecimentos técnicos e operacionais farão com que novas ferramentas e meios de interações sejam criados para suprir essas lacunas.

Essas relações devem ser estreitadas a cada dia, evoluindo de interações, “que é a ação recíproca entre dois corpos”, para integrações, “tornar inteiro, completar e juntar”, possibilitando, assim, a obtenção cotidiana da inovação técnica e a permanência da liderança no setor.

Apresento como exemplo de sucesso em integração entre universidades, empresas, laboratórios e pesquisadores a Comissão Técnica de Genética e Melhoramento Florestal (CTGMF).

A comissão, coordenada por professores e pesquisadores de renome ligados à Universidade Federal de Viçosa e à Embrapa, internalizada na SIF - Sociedade de Investigações Florestais, e composta por membros de empresas florestais de diversos segmentos, aborda, em cada reunião, assuntos apontados pelos membros como primordiais para o prosseguimento e atendimento de resultados dos diversos programas de melhoramento genético que estão sendo conduzidos.

Além disso, monitora ações durante desenvolvimento dos projetos, que são subdivididos entre os membros envolvidos; realiza fórum de apresentação e discussão de todos os resultados encontrados pelas pesquisas; e proporciona palestras ministradas pelos melhores especialistas, para esclarecimento de novas técnicas, ferramentas, equipamentos laboratoriais e inovações tecnológicas.

A CTGMF desenvolve e difunde todas as inovações desse setor, possibilitando a manutenção da liderança de todos os membros envolvidos.  Dentre esses membros, que fazem parte dessa integração possibilitada pela CTGMF, destaca-se a oportunidade encontrada pelas empresas que conhecem uma ferramenta de abrangência do seu setor de pesquisa e desenvolvimento e um instrumento de inovações tecnológicas.

Através dessa integração, as empresas apoderam-se da oportunidade de alcançar resultados em menor tempo, reduzir os investimentos e obter conhecimentos inestimáveis, instituindo, assim, um grande diferencial na qualidade do seu produto final, que é reconhecido como valor pelo cliente.