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Carlos Roberto Borba Rossetto

Gerente Geral de Vendas, Pós-vendas e Marketing da Komatsu Forest Brasil

OpCP73

O desenvolvimento dos equipamentos florestais
O desenvolvimento e atualização de equipamentos e máquinas florestais no Brasil têm se tornado uma referência mundial. Isso se deve aos grandes investimentos na expansão de fábricas para a produção de celulose e outros produtos feitos a partir da madeira de florestas plantadas. Essas empresas têm buscado sempre a melhor eficiência e custo baixo nas operações florestais.

Antes, os principais fabricantes de equipamentos florestais desenvolviam seus produtos para o hemisfério norte e depois os adaptavam para o Brasil. No entanto, recentemente, eles começaram a considerar projetos iniciados no Brasil, criando e atualizando produtos que atendam à demanda do mercado florestal brasileiro.

Embora as principais fábricas ainda estejam na Escandinávia ou na América do Norte devido à questão de escala de produção e histórico, o desenvolvimento já considera, em grande parte, as variáveis da nossa realidade para novas soluções.

Os principais desafios são desenvolver produtos que maximizem a produção, com uma curva de aprendizado inicial mais rápida para alcançar a produção ideal, através de tecnologias semi-autônomas, cada vez mais duráveis, entregando um baixo custo por hora trabalhada. A escassez de mão de obra qualificada acelera o desenvolvimento de soluções autônomas e automatizadas para algumas etapas da operação dos equipamentos, o que agrega valor ao ciclo da colheita ou do plantio automatizado.

O objetivo é sempre aliar esse desenvolvimento a uma maior entrega de resultados ou a um menor custo de manutenção. A tecnologia precisa proporcionar um custo menor por metro cúbico de madeira entregue nas plantas dos clientes para realmente ser considerada, e isso em grande escala.

A silvicultura mecanizada e automatizada é um gargalo conhecido há muito tempo, mas tem ganhado força com soluções que começam a mudar o conceito de plantio de florestas em grande escala no Brasil e no mundo. É o começo de uma era de inovação nessa área do negócio florestal, que busca melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores no campo e garantir a sustentabilidade do setor. Ainda há muito a ser feito em relação aos equipamentos de silvicultura, mas o primeiro passo já foi dado e não há mais volta.

Os resultados já mostram que realmente vale a pena. Já as máquinas de colheita estão cada vez mais tecnológicas e duráveis. Antes, o que na maioria se adaptava uma escavadeira hidráulica de construção fora da fábrica para o grande volume de harvesters, já é item vencido, e as máquinas florestais na sua maioria passaram a ser fabricadas na linha de montagem de produção em escala nas plantas das fábricas que produzem equipamentos para outros segmentos de máquinas.

Os cabeçotes harvesters, por exemplo, que antes era regra duas unidades na vida útil da máquina numa operação de descasque, atualmente aliado à evolução da qualidade na manutenção preventiva, é utilizado a vida toda do harvester, chegando até 25, 30 mil horas de trabalho com índice favorável no comparativo de custo entre mantê-lo ou colocar um novo na metade desse ciclo. Os forwarders evoluíram também, e hoje têm caixa de carga que carregam toras de até 7,5 metros de comprimentos em áreas planas ou declivosas, e estão mais e mais eficientes no baldeio.

Além disso, os níveis de produtividade por hora das máquinas evoluíram em comparação com os últimos 10 anos. Já é possível observar um aumento de até 50% na produção por hora das máquinas do mesmo modelo nessa comparação temporal. Obviamente, o operador qualificado é um ponto central dessa evolução e a cadeia de suprimentos é que vai garantir que essa média perdure com alta disponibilidade do equipamento. Apesar da busca incessante por pessoas interessadas em ingressar nesse mercado, já existem muitas com experiência suficiente para entregar níveis excelentes de produção e que se tornam benchmark para novos desafios e formação de mão de obra qualificada.

Os softwares de gestão de dados e frotas das máquinas são aliados na criação de referências com os melhores operadores e na correção de vícios daqueles com menos experiência. A gestão remota da frota também contribui para aumentar a produtividade, além de contar com a evolução ainda acanhada da conectividade em campo, que permite assistência remota em situações de urgência na manutenção, reduzindo o custo da operação duas vezes: no custo do deslocamento do técnico até o equipamento com falha e no tempo em que a máquina fica parada.

O futuro já começou, mas ainda há muito por vir em se tratando de máquinas e equipamentos tanto para a colheita quanto para a silvicultura. Tudo tem como meta a máxima eficiência, aliada às regras de sustentabilidade que refletem na qualidade de vida das pessoas de maneira geral.

Soluções como operações de máquinas remotas, máquinas autônomas, uso de novos combustíveis e sistemas de gestão de frotas remotos já se destacam e, daqui para frente, começarão a ganhar escala entre aqueles que acreditam um pouco mais nas tendências de inovação. Não podemos esquecer que o pós-venda, o engajamento de novas pessoas para atuar nesse mercado e a capacitação de operadores e técnicos de manutenção são fundamentais para garantir o suporte necessário e promover a eficiência em todo o processo, e isso é contínuo e eterno: quanto mais, melhor.

Do ponto de vista profissional, quem tiver vontade vai ter sua chance clara de desenvolvimento e crescimento profissional, investindo em querer aprender de verdade sobre as operações florestais. Veremos os próximos dez anos trazendo grandes evoluções para nossos equipamentos florestais e atualizando conceitos em todas as atividades mecanizáveis possíveis nesse pujante setor.