Consultor em Gestão de Aplicação de Defensivos da Apoiotec
Op-CP-29
Inovação e competitividade: Temos acompanhado o avanço das áreas de florestas plantadas no Brasil e as exigências por aumento de produtividade e produção. Os desafios enfrentados são muitos, como a redução da mão de obra no campo, motivada pelas obras do PAC e programas do governo e o crescimento econômico do País, a legislação trabalhista, a necessidade de redução de custos, as certificações, o compromisso com a sustentabilidade. O ganho de competitividade está na busca pela inovação, que passa pelo aperfeiçoamento contínuo, pelo mudar e fazer melhor.
Inovação e tecnologia de aplicação: O primeiro grande movimento no controle químico de plantas daninhas em áreas florestais ocorreu na década de 90. Houve uma evolução de operações físicas para químicas. Para isso, o setor se mobilizou e desenvolveu pulverizadores mecanizados e manuais.
Desde então, as aplicações têm sido na sua maioria em pós-emergência das invasoras: em limpeza de áreas e manutenção de florestas implantadas. Nos últimos anos, houve uma intensificação do uso de herbicidas pré-emergentes na linha de plantio.
O manejo de plantas invasoras em pós-emergência sugere a convivência da floresta com o mato até o “ponto de controle”. Foram criados sistemas de monitoramento para determinar o momento de realizar as operações, baseando-se em visitas regulares às áreas por supervisores de silvicultura ou prestadores de serviços. Existe um novo movimento no manejo do controle de matocompetição em silvicultura.
A crescente dificuldade no uso de mão de obra e o aumento das áreas têm forçado a procura de alternativas que facilitem a logística e a mecanização. Monitorar áreas, prever operações subsequentes e a logística para realizá-las são atividades que oneram os custos e o tempo das equipes de silvicultura.
Sabemos que cerca de 20% dos custos de produção são representados pelo controle de daninhas e qualquer inovação nesse sentido é bem-vinda. Desse modo, outra visão de gestão vem ocupando espaço: com o registro de novas moléculas de herbicidas, é possível manejar as invasoras em pré-emergência, ou seja, a floresta cresce sem a convivência com as plantas daninhas.
Nesse sistema, existe uma concentração das operações no momento do plantio e redução de atividades de manutenção e de mão de obra. Após a dessecação e preparo de solo, faz-se a aplicação de pré-emergentes em área total em pré ou pós-plantio, de acordo com os princípios ativos utilizados.
Essas aplicações podem ser feitas com pulverizadores de barra, que apresentam maior rendimento operacional quando comparados a aplicações dirigidas na linha ou com o uso de costais.
Tais máquinas podem ser equipadas com sistemas de controladores eletrônicos de pulverização que, associados a GPS, fornecem um sistema completo de gestão, com geração de mapas temáticos, como de volume programado e real, velocidade, pressão e passadas subsequentes, mostrando problemas de sobreposição de barras ou falhas de aplicação.
A gestão e a tomada de decisão são precisas, podendo ser realizadas à distância, com a avaliação dos mapas, como já acontece em áreas agrícolas. A evolução desse conceito pode chegar à utilização de estações de RTK e georreferenciamento.
A definição de limites de conformidade para todos os fatores que interferem no processo de aplicação, inclusive espectro de gotas gerado pelas pontas e a associação dos bicos para deposição homogênea, é igualmente importante no sucesso do controle de invasoras.
Outra tecnologia disponível é a injeção de herbicidas diretamente na linha de aplicação, a partir de diferentes tanques, evitando-se, assim, a operação de preparo de calda e reduzindo-se o número de operações. A adoção de novas tecnologias deve passar obrigatoriamente por estudos de viabilidade econômica antes de qualquer implantação, e a tomada de decisão deve ser apoiada em fluxos de caixa autossustentáveis, para ser acertada.
A partilha da inovação: Não é possível dominar todos os pontos de inovação. É importante estabelecer parcerias. Muitas das soluções nascem fora das empresas. Surge, então, um novo conceito: a construção de redes setoriais de inovação com o objetivo de reduzir custos, diluir riscos, aumentar a qualidade e otimizar o tempo de produção. A ideia é criar um mecanismo de colaboração e interação de forma a produzir conhecimento.
Para isso, os parceiros precisam ter objetivos complementares e superar as barreiras de desconfiança mútua. Devem participar universidades, centros de pesquisa, corporações e consultorias especializadas, com a utilização de conhecimentos trazidos pelos fabricantes de máquinas e herbicidas e o aproveitamento dos conceitos consolidados em outras culturas agrícolas.