Desde os primórdios, o homem sempre conviveu com as florestas, utilizando seus recursos, principalmente a caça e a pesca. No ano de 1650, a população mundial foi estimada em 0,5 bilhão de habitantes, e foram necessários 200 anos para que a mesma atingisse 1,0 bilhão de pessoas. No ano de 2000, as estimativas apontavam mais de 6,7 bilhões. Existem previsões para 2025, de que o planeta atinja uma população de 7,6 bilhões.

Esta grande explosão demográfica tem resultado num aumento da ação antrópica e degradação de todos os ecossistemas do planeta, principalmente das florestas nativas (vegetais, solo, animais e água), geralmente mediante corte raso e queima. Em 1970, com o surgimento da crise energética mundial, aumentou ainda mais a demanda pela utilização da biomassa florestal.

Isto levou vários países a investirem no plantio de espécies de rápido crescimento, visando suprir suas necessidades de madeira. Atualmente, a necessidade de produtos oriundos das florestas nativas e plantadas é cada vez maior. As florestas tropicais e boreais são as formações que têm recebido as maiores pressões humanas. Pode-se citar o consumo de biomassa como fonte de energia, madeira para serraria, produção de móveis, celulose e papel, entre outros.

Com o advento da silvicultura no Brasil e o surgimento das plantações florestais, no caso do eucalipto, há mais de 100 anos, tem-se verificado uma diminuição da pressão sobre os ecossistemas florestais nativos remanescentes. Considerando o rápido crescimento, a adaptação às diferentes condições de solo e clima, exigências nutricionais diferenciadas e ciclos de corte relativamente curtos, as espécies florestais utilizadas (eucaliptos, pinus e acácias) nos plantios são uma excelente alternativa de suprimento de produtos florestais, em curto prazo.

É possível atribuir às plantações florestais uma série de benefícios sociais, econômicos e ecológicos. Do ponto de vista social, a inclusão da cadeia produtiva florestal representa empregos, assistência social, investimentos em saúde e educação, assim como melhorias na qualidade de vida das pessoas e comunidades, direta e indiretamente ligadas aos investimentos florestais.

Quanto ao aspecto econômico, a atividade florestal representa mais uma variável na matriz produtiva de pequenos, médios e grandes produtores rurais, pois os plantios homogêneos ou mistos de espécies florestais, bem como a adoção de sistemas agrossilvipastoris, representam uma grande alternativa de renda para o setor do agronegócio.

A floresta plantada deve ser analisada como um investimento de médio e longo prazo e, ao mesmo tempo, como uma reserva estratégica para a população em geral. Dentre os benefícios ambientais propor-cionados pelas plantações florestais, pode-se citar o uso destas no auxílio da recuperação de áreas degradadas. Isto, principalmente, pelo uso de espécies leguminosas fixadoras de nitrogênio, como é o caso das acácias.

No caso da Acacia mearnsii, plantada no sul do Brasil, esta é capaz de fixar até 200 kg ha-1 ano-1 de nitrogênio da atmosfera e devolver, na forma de material orgânico para o solo. A camada de serapilheira, oriunda da queda de folhas, ramos, cascas, sementes, flores e frutos das árvores, contribui para preservação e melhoria das características físicas, químicas e biológicas dos solos.

Os sistemas agrossilvilpastoris surgem como uma prática que preserva uma série de características ecológicas no sistema de produção florestal. Levando-se em conta que as plantações são estabelecidas, na maioria das vezes, em espaçamentos mais amplos, propiciando uma maior entrada de radiação e luminosidade, a dinâmica da vegetação nativa e mesmo a biodiversidade de animais e outros organismos são mantidos, em grande parte.

Estes sistemas, quando envolvem árvores e culturas agrícolas, significam uma maior oferta de alimentos para pássaros e mesmo outros animais. As plantações florestais de rápido crescimento estão sendo utilizadas para seqüestrar parte do carbono que se encontra na atmosfera. Em média, para cada quilo de biomassa de madeira produzida são armazenadas 500 gramas de carbono.

Levando-se em conta o ciclo global do carbono e a política da redução deste na atmosfera, a biomassa produzida pelas florestas, principalmente o componente madeira, deve ser empregada na fabricação de bens duráveis, como móveis, molduras, interiores e outros produtos, que venham a fixar o carbono a longo prazo. As plantações florestais podem ser utilizadas em áreas degradadas, com a finalidade de viabilizar o uso de sistemas agroflorestais, que auxiliam na fixação do carbono no solo.

A biomassa das plantações florestais de rápido crescimento como fonte de energia, ao invés dos combustíveis fósseis, é uma grande alternativa para amenizar os acréscimos de carbono na atmosfera. As plantações florestais têm um papel fundamental na manutenção e melhoria da qualidade da água. Estudos comprovam que teores de nitrato na água de microbacias ocupadas por floresta de eucalipto são inferiores a microbacias onde existem pastagens e criação de animais.

No que se refere ao consumo de água por parte dos povoamentos florestais, este é função da densidade do plantio, da espécie (material genético), características edafoclimáticas, percentual de ocupação da bacia hidrográfica e radiação solar. Cabe aqui salientar que, atualmente, as exigências ambientais para com o setor florestal estão muito rígidas, principalmente no que se refere ao uso adequado do solo e da água. Na maioria dos casos, as áreas ocupadas pelas plantações são inferiores a 50% da área total. Isto se deve ao fato de que é fundamental a preservação de áreas de reserva legal e preservação permanente. Logo, as plantações florestais representam uma grande alternativa de preservação dos recursos naturais existentes.