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Rodrigo Soares Junqueira

Gerente de Vendas da Divisão Florestal da John Deere Brasil

Op-CP-35

A tecnologia na silvicultura

A silvicultura passa por um dos momentos mais desafiadores na história do mercado florestal brasileiro, e pode ser nossa grande oportunidade para retomarmos a posição de liderança no mercado mundial de base florestal. Os mesmos desafios que foram impostos aos profissionais de colheita há algumas décadas agora rondam os departamentos de silvicultura das empresas florestais. Nossa grande vantagem está na capacidade que nossos profissionais têm em reinventar soluções e desafiar os processos existentes.

Aliados a isso, temos dois grandes parceiros – solo e clima – que permitem analisarmos os resultados de nossas ações em um curto ciclo de rotação. Somadas às vantagens citadas, os plantios clonais, disponibilidade de terras para o cultivo, sustentabilidade e tecnologia continuam sendo, sim, importantes pilares competitivos, mantendo a posição de destaque do Brasil no mercado mundial.

Isso é comprovado pelo aumento das exportações e do consumo interno de produtos florestais, conforme último relatório anual da Abraf. Porém esse mesmo anuário aponta também uma leve redução na produção de celulose, nosso principal produto, pelo segundo ano consecutivo.

É aqui que o assunto custo pesa e no qual os esforços devem se concentrar, justamente para mantermos nossa competitividade. Analisando outros mercados de máquinas, como o agrícola e o de construção, e até mesmo o segmento de equipamentos florestais, podemos enxergar um futuro promissor para nossa silvicultura.

A robustez das máquinas de construção e florestal é vital para suportar operações em ambientes hostis às quais são submetidas, justamente um grande desafio para os tratores agrícolas que operam hoje na silvicultura de florestas. Contudo essas máquinas (construção e florestal) não possuem toda a tecnologia que a agricultura de precisão requer e que é essencial para o sucesso do setor agrícola em nosso produto interno.

A tecnologia é o grande diferencial, e não temos como fugir dela. Atualmente, a mão de obra tem um grande peso nas atividades de silvicultura, e o nível de mecanização ainda é baixo se comparado a outros segmentos. Outro ponto importante está no fato de que o custo de manutenção desses profissionais está crescendo a níveis superiores aos ganhos de produtividade gerados pela operação manual.

Por esse motivo, o uso de máquinas para essas atividades é um caminho sem volta, e, além de impulsionar a produtividade, também contribui consideravelmente para a melhoria das condições de trabalho do operador, oferecendo maior segurança e ergonomia. Nesse sentido, um consequente desafio é a capacitação dessa mão de obra, e o uso de simuladores de realidade virtual garante melhor conhecimento do equipamento e consequente evolução dos processos da operação diária.

Um portfólio completo de máquinas, tecnologias e serviços torna-se cada vez mais essencial para que o cliente realize seu trabalho com produtividade, disponibilidade e baixo custo operacional. Observamos, dia após dia, que o produtor tem buscado equipamentos com tecnologia embarcada, que facilite e barateie sua operação, porém que façam o “feijão com arroz” bem feitinho, com confiabilidade, e é nessa demanda que focamos nossos esforços.

Todas essas evoluções, além de simplificarem a gestão dos processos de silvicultura, também impactam de maneira positiva em dois temas fundamentais: a melhor utilização de insumos e a produtividade das lavouras. Desse modo, tem-se um sensível ganho de produção na mesma área, com menores gastos, garantindo custos competitivos.

Por meio de tecnologias remotas já utilizadas, o gestor florestal tem à mão soluções para prever alterações climáticas em sua região, por exemplo, podendo antecipar ações, evitando, assim, alocar uma equipe de irrigação após o plantio em um local com alta probabilidade de chuva, ou até combater formigas em situações similares.

O uso de tais tecnologias estabelece uma ferramenta estratégica para o gerenciamento de suas florestas. Isso tudo nos mostra o potencial que a tecnologia tem para impactar positivamente a silvicultura hoje e, num futuro próximo, tanto no aumento da produtividade quanto para a sustentabilidade das áreas florestadas.