A COP 30 recolocou o Brasil no centro das discussões globais sobre sustentabilidade, transição energética e combate às mudanças climáticas. E a experiência da Aperam BioEnergia ofereceu lições valiosas para esse debate. Isso porque o futuro sustentável discutido na conferência já se materializa há décadas no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde o manejo florestal responsável permite a produção do carvão vegetal, um combustível renovável, e a geração de múltiplos benefícios socioambientais.
Concentradas em uma área com cerca de 150 mil hectares – com aproximadamente 90 mil hectares de área plantada –, as florestas de eucalipto da Aperam BioEnergia capturam carbono, fortalecem a conservação da biodiversidade, regulam o ciclo hídrico e fornecem, anualmente, 440 mil toneladas de carvão vegetal para abastecer a usina da Aperam South America, no Vale do Aço mineiro.
Ao substituir o coque mineral – responsável por cerca de 90% das emissões da siderurgia global – por carvão vegetal renovável em seus altos-fornos, desde 2011, a Aperam South America alcançou um dos menores índices de emissão de Gases de Efeito Estufa do setor.
São apenas 0,34 tonelada de CO? equivalente por tonelada de aço, valor aproximadamente três vezes inferior à média mundial. Na prática, isso representa evitar que mais de 500 mil toneladas de CO? sejam lançadas na atmosfera todos os anos.
Além disso, a Aperam BioEnergia mantém 60 mil hectares de matas nativas – cerca de 35% da área total, muito acima dos 20% exigidos pela legislação brasileira.
A empresa é rigorosa na proteção dos corredores de flora nativa, fundamentais para o ciclo hídrico local e para a manutenção da biodiversidade. Esses ecossistemas sensíveis permanecem intocados, garantindo a preservação de sua função natural.
Adaptação às mudanças climáticas
A adaptabilidade do eucalipto a diferentes ecossistemas é amplamente reconhecida em todo o mundo. Originária da Austrália, a espécie se estabeleceu com sucesso em regiões de clima tropical, subtropical e até mesmo em áreas semiáridas, graças à sua elevada eficiência no uso da água.
Em países da África, Ásia e América Latina, o eucalipto se tornou uma alternativa estratégica para programas de reflorestamento e produção sustentável de biomassa, demonstrando resiliência tanto em solos pobres quanto em ambientes de alta variabilidade climática. Essa versatilidade explica seu papel crescente em iniciativas globais voltadas ao sequestro de carbono, à restauração de paisagens, ao fortalecimento de cadeias produtivas de bioenergia e ao uso integrado com lavouras e pastagens.
A literatura científica também é consistente ao demonstrar que o manejo florestal responsável de eucalipto gera impactos positivos sobre os recursos hídricos. Áreas manejadas adequadamente contribuem para conservar a umidade do solo, reduzir a velocidade dos ventos e a taxa de evapotranspiração. A cobertura florestal contínua desempenha papel fundamental na manutenção do ciclo hidrológico, favorece a infiltração da água, reduz o escoamento superficial e previne o assoreamento de nascentes e córregos, reforçando os serviços ecossistêmicos essenciais do bioma.
Tecnologias que reduzem emissões e regeneram o solo
Na produção de carvão vegetal, a madeira colhida é submetida a um processo de carbonização em fornos ultramodernos desenvolvidos pela própria empresa. Totalmente automatizados, esses fornos são integrados a queimadores de gases – também projetados internamente pela Aperam que capturam e incineram a maior parte dos Gases de Efeito
Estufa liberados durante a carbonização. A coleta, o beneficiamento e a condensação desses vapores permitem a recuperação do alcatrão, um coproduto valioso dessa etapa do processo.
O alcatrão, após processos industriais desenvolvidos pela Aperam BioEnergia, é convertido em bio-óleo, um combustível renovável, de origem vegetal, com baixo teor de enxofre e capaz de substituir derivados fósseis em diversas aplicações industriais. Trata-se de um exemplo claro de como a empresa agrega valor a cada etapa da cadeia florestal, transformando resíduos em soluções energéticas de baixo carbono.
O bio-óleo tem avançado como uma alternativa competitiva para matrizes energéticas mais limpas, sendo testado e aplicado como substituto de combustíveis fósseis em diferentes processos industriais. É uma solução prática, escalável e plenamente alinhada às exigências de descarbonização da indústria brasileira e global.
Outro exemplo é o biochar, também um coproduto gerado durante o processo de carbonização da madeira para a produção de carvão vegetal. O biochar deu origem aos primeiros contratos de certificados de remoção de carbono na América Latina. Hoje, a Aperam BioEnergia é a segunda maior vendedora desse tipo de crédito no mundo.
Além de capturar CO? e armazená-lo no solo por centenas de anos, o biochar oferece benefícios agronômicos relevantes: melhora a retenção de água, reduz a densidade do solo e contribui significativamente para a saúde e a fertilidade do solo. Trata-se de uma solução que une eficiência climática e ganhos produtivos, ampliando o papel da bioenergia como ferramenta de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
Essas iniciativas demonstram que o potencial das florestas plantadas vai muito além do carvão vegetal. Hoje, a base florestal já sustenta uma matriz energética renovável, de baixas emissões e com viabilidade econômica e ambiental comprovada.
A combinação entre manejo responsável, inovação industrial e uso integral da biomassa reforça que a silvicultura de eucalipto é uma fonte estratégica de energia verde – e que tende a ampliar ainda mais esse papel num futuro próximo. É com essa visão que a Aperam BioEnergia segue buscando novas soluções que aliam sustentabilidade, eficiência e competitividade, gerando valor para todo o ecossistema em que atua, incluindo clientes e a sociedade.