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Benone Magalhães Braga

Assessor da Diretoria da Aperam BioEnergia

Op-CP-60

Nosso papel nesse cenário de rápido avanço tecnológico
Os televisores demoraram 22 anos para atingir 50 milhões de usuários; os computadores levaram 14 anos para alcançar esse público; a internet precisou de 7 anos para angariar esse mesmo número de usuários; a rede social virtual Facebook levou 3 anos para chegar a esse patamar; e o jogo Pokémon Go, por sua vez, não demandou mais do que 19 dias para conquistar a marca dos 50 milhões de usuários. 
 
Dados como esses deixam claro o quão veloz e efetivo tem sido o desenvolvimento e o alcance das novas tecnologias ao longo do tempo. Uma das explicações para tal fenômeno vem do fato de que o efeito de uma rede de conexões é proporcional ao quadrado do número de usuários conectados ao sistema (Lei de Metcalfe). Isso significa dizer que, daqui para frente, veremos um espaço de tempo cada vez menor entre ondas de inovação tecnológica, já que, a cada dia, mais e mais pessoas estão conectadas entre si de alguma forma e a conectividade é característica marcante de nossa atualidade.
 
Ao refletirmos sobre esse rápido avanço do desenvolvimento tecnológico hoje observado, nos deparamos com duas questões fundamentais: Como podemos acompanhar tão rápido avanço, se contamos com um tempo cada vez mais escasso? Quais benefícios podemos auferir de tão acelerado progresso tecnológico?

Para respondermos à primeira pergunta, devemos aceitar o fato de que é impossível comprimirmos o elevado número de informações e dados gerados nos dias de hoje em nossa rotina, seja qual for a área de conhecimento levada em consideração. Para se ter uma ideia desse volume de informações, Eric Schmidt, ex-CEO da Google, menciona que, a cada dois dias, geramos uma quantidade de dados equivalente ao que criamos do início da civilização até o ano de 2003.

Dentro desse contexto, a chave para não nos perdermos no meio desse efervescente progresso tecnológico, e extrair reais benefícios dele, é tomar as rédeas do processo de decisão e focar estrategicamente em linhas de aplicação tecnológica que, de fato, agreguem valor. A tecnologia nos possibilitou, hoje, estarmos conectados com várias pessoas, ideias e tudo o que está acontecendo; nós temos mais opções do que nunca antes tivemos, mas a responsabilidade de definir em que iremos focar e para que contribuir, com nossos esforços criativos, está em nossas mãos.

Não podemos fazer tudo, mas temos várias oportunidades e temos que decidir qual caminho seguir. Obviamente, o acerto na escolha desse caminho é o que garantirá o diferencial competitivo e, muitas das vezes, até a sobrevivência de uma iniciativa ou negócio a médio e longo prazo.

Ainda que o processo de escolha e tomada de decisão seja suportado pelo uso de robustos e avançados sistemas de análises de dados, esses mesmos sempre serão encaminhados e concluídos por pessoas. Nessa óptica, fica evidente o importante papel que o líder e/ou profissional têm, atualmente, de estarem sintonizados com tecnologias e tendências, de forma a antecipá-las e aplicá-las sem nenhum tipo de abstração, mas sim conseguindo agregar real valor e diferencial competitivo ao negócio ou iniciativa em que estiver atuando.
 
Retomando a segunda pergunta levantada anteriormente, discorrer em detalhes sobre todos os benefícios que podemos auferir de tão acelerado progresso tecnológico demandaria muito mais espaço do que esse relevante periódico dispõe. Poderíamos mencionar quão rápida evolução tem oferecido formas de comunicação e troca de informações, cada vez mais instantâneas, colaborando para uma intervenção quase em tempo real, em qualquer processo produtivo, para torná-lo mais eficiente.

Poderíamos falar também sobre a forma com a qual os novos e constantes desenvolvimentos tecnológicos têm ajudado indústrias de todos os setores, para que possam fazer mais, utilizando cada vez menos recursos naturais, gerando, com isso, uma interação mais positiva com o meio ambiente.

Poderíamos discorrer também sobre como esse avanço tecnológico vem demandando a especialização da mão de obra envolvida, tornando a excelência e o valor agregado dos postos de trabalho nas organizações uma realidade em constante crescimento. Alcançar esses e outros benefícios oferecidos pela aplicação de novas tecnologias, no entanto, demanda preparações e ajustes que, muitas das vezes, são ignorados pela maioria das pessoas.

Dificilmente, uma empresa que não possua uma robusta infraestrutura de conectividade e internet irá capturar a totalidade dos ganhos proporcionados por tecnologias que dependam de uma infraestrutura como essa para funcionar adequadamente. Em contextos como o da pandemia do coronavírus, empresas que já possuíam há mais tempo bases totalmente digitalizadas (home office, e-commerce, videoconferências, etc.) para a condução de parte ou totalidade de suas atividades certamente estão passando por esse momento com menores impactos, quando comparadas a empresas que, até então, dependiam fundamentalmente de processos analógicos e presenciais para encaminhamento de suas rotinas e, agora, estão tendo de se reinventar num curtíssimo tempo.

Ainda nessa linha de raciocínio, a própria construção de uma mentalidade aberta à mudança e inovação, dentro de qualquer negócio, tem crucial importância na consolidação de um ambiente organizacional que, de fato, favoreça o sucesso e o enraizamento de novas soluções tecnológicas.

Uma vez criadas e consolidadas as bases necessárias para essas iniciativas de inovação, temos a vantagem de, hoje, poder contar com os mais variados canais disponíveis, para exposição de problemáticas do dia a dia e coleta de tecnologias que venham endereçar soluções para essas situações. 
 
Canais esses que vão além das fronteiras da empresa e extrapolam iniciativas de desenvolvimento tecnológico, que normalmente são feitas pelas organizações dentro de seus centros de pesquisa. Cabe aqui citar fontes tradicionais e consolidadas para esse tipo de consulta, como academia, associações, feiras e eventos, que, ano após ano, se apresentam como um ótimo ponto de convergência das principais novidades e inovações referentes a um determinado setor. 
 
Mas não há como ficar sem mencionar também interessantes movimentos observados atualmente, como hubs e labs de inovação aberta, aceleradoras de start-ups e afins, que, de maneira muito ágil, têm conseguido entregar soluções customizadas a demandas organizacionais, o que torna seu desenvolvimento sobremaneira complexo, mas não impede a sua aplicação direta, com relevante impacto no resultado final dos processos e negócios envolvidos.
 
Concluindo, ao analisar o histórico de importantes marcos tecnológicos observados nos últimos anos, podemos afirmar que esses ciclos de inovação e mudança ocorrerão em um espaço de tempo cada vez mais curto. O que não muda, nesse cenário, é o poder de decidir qual caminho devemos seguir.

Dessa forma, somos convocados a ter foco e assertividade em nossas escolhas estratégicas voltadas para tecnologia, visto seu importante papel na competitividade de qualquer negócio. A boa notícia é que diversas são as oportunidades a serem capturadas por meio desses novos avanços tecnológicos e que canais para encontrar essas iniciativas de inovação são os mais diversos possíveis e em franca expansão.

Por último, gostaria de convocar você, caro leitor, à ação, refletindo sobre como a pauta "tecnologia" está inserida em sua rotina de planejamento estratégico, se o mapeamento das oportunidades e tendências tecnológicas do setor em que atua está sendo realizado e se tanto a escolha de uma determinada linha de trabalho como a construção das bases que irão suportá-las no futuro estão sendo devidamente desdobradas e implementadas. Afinal de contas, colheremos lá na frente o que plantarmos hoje; nós que vivemos de florestas sabemos disso como ninguém.