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Alexandre Barboza Leite

Diretor da Teca e Daplan Serviços Florestais

Op-CP-41

A gestão profissional e a tecnologia
A utilização de um modelo de gestão profissionalizada é a melhor alternativa para implementação de alta tecnologia na silvicultura e, como consequência, o caminho para melhora efetiva da produtividade de nossas florestas. O tradicional modelo terceirizado, embora, em muitas regiões, esteja sendo substituído pela primarização, ainda responde por parte expressiva dos serviços silviculturais em muitas empresas brasileiras. 
 
A gestão profissional implica significativa mudança desse atual modelo terceirizado. No início dos anos 1990, a terceirização representava um passo importante para viabilização de grandes empreendimentos florestais, diminuindo processos empresarias burocráticos, muitas vezes improdutivos, e apresentando custos bem mais atraentes e competitivos. Era um modelo que dependia exclusivamente do contratante.

Na verdade, os terceiros caracterizavam-se como provedores de horas/máquinas e homens/dia, com raríssimas exceções. Com o desgaste desse perfil de prestador de serviços, logo se tornou inviável a contratação simples e pura do homem e/ou da máquina. No início dos anos 2000, os terceiros já apresentavam um modelo bem mais organizado. 
O negócio passou a ser atrativo, e surgiram mais empresas.

No entanto as fiscalizações e os atritos ficaram mais comuns e evidentes. Nessa fase, as empresas já dispunham de cronogramas e controles baseados em contratos a serem seguidos, nos quais eram estabelecidas rigorosas regras técnicas, sociais, de segurança do trabalho e ambientais. Sempre coube à contratante o ônus da fiscalização. Assim, várias empresas prestadoras de serviços surgiram, cresceram, e a maioria delas desapareceu. 

 
Maiores rendimentos, fazer rápido e aos menores custos possíveis eram a regra básica de sobrevivência para esse modelo de negócio. Em virtude disso, em alguns casos, empresas se destacaram de forma inversamente proporcional à qualidade e produtividades de suas florestas. Esse modelo de negócio e empresas ainda não desapareceu, mas começa a dar vez a uma nova e oportuna alternativa. A figura da empresa gestora do empreendimento.

Responsável pela administração dos serviços florestais e pela definição do pacote tecnológico. A entrada dos grandes empreendedores florestais nacionais e internacionais e “donos do dinheiro” provocaram o surgimento desse novo prestador de serviço 
florestal. A responsabilidade por toda a gestão do empreendimento e, na maioria dos casos, também na participação do negócio, passou a exigir mais cuidados, mais tecnologia, maior atenção social e ambiental e, por interesse comum, mais produtividade. 

 
Amadurece, atualmente, dessa forma, uma intensa profissionalização da terceirização, com roupagem nova e responsabilidade plena pelo sucesso dos empreendimentos. Fiscalizar isso ou aquilo deixa de ser a principal preocupação dos contratantes. O interesse de quem faz é alcançar o melhor resultado, a melhor produtividade. Tudo passa a ser compartilhado com o contratante. A empresa vai atrás da melhor tecnologia para assegurar seus objetivos e aumentar a lucratividade do negócio. Todos ganham.

Evitam-se os erros, na maioria das vezes irreparáveis, evitam-se as penalizações, os desgastes e os atritos, que resultam em intermináveis questões judiciais e geram mais custos e menos madeira. 
O mais importante é que essa nova fase deve trazer mais inovações. Passa a valer a visão de custo pela madeira produzida (R$/m3), e não uma simples referência de gasto por operação (R$/ha).

Passa a valer a pena investir em informação, na experiência dos profissionais; comprometimentos de recursos maiores passam a fazer sentido quando apresentam efetivamente aumento nas produtividades. Como decorrência, aumentam demandas por empresas especializadas em serviços técnicos: planejamento, acompanhamento nutricional, proteção, inventário, etc. 

 
Nesse novo panorama, algumas dessas novas gestoras já testam novos materiais genéticos que, comprovando suas aptidões regionais, serão oferecidos nos seus pacotes tecnológicos. Todo o ciclo produtivo tende a se completar com alto nível tecnológico e com altíssima chance de sucesso. Ganham os investidores, os proprietários, os profissionais envolvidos e, acima de tudo, a produtividade das florestas plantadas do Brasil.