Tudo o que os cultivos florestais manejados pelas empresas proporcionam, ultrapassa simplesmente o mero ato de produzir madeira. Elas atuam desenvolvendo os pilares da sustentabilidade, dentre os quais a Responsabilidade Social, especialmente para as comunidades das regiões onde atuam colaborando na busca de soluções viáveis para os seus problemas.
Florestas são muito mais que árvores, a começar pela emaranhada e complexa relação entre os componentes bióticos e abióticos que formam o ecossistema florestal. A partir do início do se?culo XX, a sucessa?o ecolo?gica passa a ser tema dos pesquisadores mostrando que o ecossistema tende sempre a evoluir, a mudar a sua composic?a?o, e que essa evoluc?a?o apresenta fases caracteri?sticas.
A sucessa?o constitui-se em uma se?rie de mudanc?as temporais e direcionais, envolvendo a composic?a?o das espe?cies e o estado do ecossistema. Florestas se constituem em sistemas complexos, que têm a capacidade de trocar entre diferentes modos de se estruturar, a? medida que as condic?o?es ambientais sa?o alteradas.
Informalmente sabe-se que “floresta” é qualquer vegetação que apresente predominância de indivíduos lenhosos, na qual as copas das árvores se tocam formando um dossel. Em uma visão mais técnica e segundo a UNFCCC - United Nations Framework Convention on Climate Change, "Floresta é uma área de no mínimo 0,05-1,0 ha com cobertura de copa (ou densidade equivalente) de mais de 10-30%, com árvores com o potencial de atingir a altura mínima de 2-5 metros na maturidade in situ.
Uma floresta pode consistir tanto de formações florestais fechadas (densas), nas quais árvores de vários estratos e suprimidas cobrem uma alta proporção do solo, quanto de florestas abertas. Povoamentos naturais jovens e todas as plantações que ainda atingirão densidade de 10-30% e uma altura entre 2 e 5 metros são incluídos como floresta, assim como áreas que normalmente fazem parte da área florestal e que estão temporariamente desflorestadas como resultado da intervenção humana, como a colheita ou causas naturais, mas cuja reversão da floresta é esperada.”
Há muito se fala sobre os benefícios do ecossistema florestal, mas parece que tais benefícios são tão comuns, – talvez pelo fato de nunca nos terem faltado – que para a maioria passam despercebidos. Provavelmente alguns darão a devida importância quando os mesmos chegarem ao limite da escassez ou forem totalmente perdidos. Comprovado cientificamente como regulador e mantenedor de serviços ambientais essenciais à humanidade, o ecossistema florestal, quando preservado, contribui para a manutenção da biodiversidade.
O mesmo tem reflexos diretos na agricultura, silvicultura e produtos da pesca, ciclos hidrológicos naturais estáveis, solos férteis, um clima equilibrado e inúmeros outros serviços vitais do ecossistema dependem da conservação da diversidade biológica. A produção de alimentos, a polinização, o controle de pragas, a provisão de nutrientes, a diversidade genética, a prevenção e controle de doenças e a biodiversidade mantêm ativa a indústria do turismo.
Abordando mais especificamente os cultivos florestais com espécies de rápido crescimento – em especial os gêneros Eucalyptus e Corymbia, no âmbito das empresas florestais que produzem carvão vegetal, – a complexidade do manejo florestal extrapola a relação altura x diâmetro, na qual a facilidade, velocidade e exatidão correlacionam a estimativa de volume e representam apenas parte de todos os benefícios que os cultivos podem e fornecem hoje em uma escala diretamente proporcional aos seus stakeholders.
Pensando no tema “tudo o que a floresta produz”, destaca-se a flexibilidade do manejo florestal, no qual várias peças podem ser montadas partindo-se do princípio do produto desejado. Interação entre espécies, espaçamento e consequentemente o produto que acompanha a tendência do mercado. Madeira! Madeira para serraria, madeira pra carvão, madeira para tratamento, madeira para diversas finalidades.
A propriedade agrícola é um bom exemplo. Várias culturas arranjadas para as quais o mercado dita o que é melhor plantar, colher e criar. A implementação dos SAFs – os sistemas agroflorestais cujo objetivo é o uso racional e o manejo dos recursos naturais que integram consorciações de árvores e culturas agrícolas, também é uma opção à produção e obtenção de renda e certificam a possibilidade do uso múltiplo e diversificado das árvores.
Destaca-se ainda a produção de produtos não madeireiros como óleos essenciais e mel, além de outros serviços diretos como a educação ambiental e o turismo conservacionista. De tudo o que a floresta produz, o carvão vegetal destaca-se por ser uma das principais fontes de energia da matriz energética brasileira, porém tem uma eficiência de produção de até 35%.
Em outras palavras, a cada 100 quilos de madeira pode-se produzir cerca de 35 quilos de carvão. Os outros 65% se caracterizam por serem gases não condensáveis e licor pirolenhoso. Ainda é muita energia perdida, por isso projetos de melhoria contínua vem sendo desenvolvidos pelas empresas produtoras de carvão vegetal no Brasil.
A floresta renovável, através da produção de carvão vegetal, vem despertando o senso de investigação das equipes operacionais, técnicas, acadêmicas e governamentais produzindo iniciativas para aproveitar a fumaça em seus processos buscando tornar a atividade mais eficiente em termos de aproveitamento dessa energia residual que hoje é liberada para a atmosfera.
Dentre as iniciativas, destacamos o Queimador de Fumaça que consiste em uma câmara de combustão que queima os gases residuais do processo de carbonização, transformando o metano em dióxido de carbono. Essa transformação reduz o impacto ambiental desse gás residual em 21 vezes, relacionado com o impacto do metano no dióxido de carbono. Esse processo de queima transforma o gás residual a 110 °C em uma maior quantidade de gás a 900 °C, o que se torna um calor residual renovável.
Também vale destacar o Secador de Madeira – um equipamento que funciona como uma estufa. Nele, a madeira que será carbonizada é armazenada e recebe o calor residual do processo acima mencionado para diminuir a sua umidade. Assim, a madeira mais seca quando carbonizada reduz a necessidade de energia para remover a sua umidade dentro do forno durante o processo de carbonização.
Como o combustível desse processo é a própria madeira, através desse processo é possível aumentar a eficiência energética em até 30%, além de aumentar a produtividade e a rentabilidade da atividade em até 10%. A madeira mais seca, promovendo uma maior produtividade, reduzindo a queima de carvão, também contribui para a melhoria da qualidade do produto, pois o carvão vegetal tem um tamanho de grão maior (<15% de finos) e menor incidência de incêndio de descarga (menor porcentagem de umidade e de finos).
Por último, destaca-se a Cogeração de Energia, a qual também se beneficia do calor residual gerado pelo Queimador de Fumaça. Um recuperador de calor recebe esse calor residual e também ar atmosférico, que se torna superaquecido. Uma turbina a gás adaptada comprime esse ar atmosférico antes de entrar no recuperador de calor e o recebe depois do trocador de calor comprido e superaquecido, quando é expandido, gerando energia elétrica.
Podemos considerar que, a cada mil toneladas de carvão vegetal produzidas, é possível gerar 1 MW elétrico, aumentando a eficiência energética da produção de carvão vegetal em cerca de 14%, além de aumentar a rentabilidade da empresa com a venda dessa energia para outras empresas do grupo ou para o grid.
O potencial da ArcelorMittal BioFlorestas é de 30 MW elétricos. Essa iniciativa foi realizada em parceria com a Cemig – Companhia de Energia de Minas Gerais através do programa de incentivo a pesquisa da Aneel.