O interesse internacional pela experiência e resultados alcançados na produção brasileira de celulose e papel é crescente. Em 20 anos, esta indústria retirou o Brasil da condição de importador e o conduziu ao status de destacado exportador. Atualmente, somos o 7° produtor mundial de celulose e o 11° de papel. Nossa tecnologia de florestas plantadas, principalmente, no cultivo de pinus e eucalipto, recurso exclusivo da produção do setor, mais as características de solo e clima, proporcionam uma matéria-prima de grande qualidade e rapidez na colheita, fatores que proporcionam à industria nacional de celulose e papel significativa vantagem comparativa.

O país, que só perde para a Rússia em extensão territorial coberta por florestas, mas utiliza apenas 1% de sua área para fins industriais, é observado com atenção pelos grandes produtores internacionais, como região privilegiada e atraente para novos investimentos. Inclusive, em função do progressivo esgotamento da capacidade de suprimento de fibras, registrado por diversas instituições internacionais, como um possível futuro problema para o suprimento de papel, em termos mundiais.

Daí a importância da crescente participação da Bracelpa no cenário mundial, garantido visibilidade, respeito e influência nas discussões que envolvem o futuro global da indústria florestal, de celulose e papel. No contexto dos fóruns internacionais dos quais participa, debatendo posições comuns com representação da maioria dos países produtores, a Bracelpa defende e preserva as características brasileiras do setor, sejam elas relativas a questões tarifárias, proteção ambiental, suprimento de fibras ou dinâmicas do mercado florestal e a sustentabilidade, em suas várias formas de ação.

O respeito e a eficiência do setor no âmbito internacional reflete-se na liderança que a Bracelpa conquistou em fóruns e organizações internacionais, como na Advisory Committee on paper and Wood Products, órgão da Food and Agricultural Organization (FAO) da Organização das Nações Unidas, tendo, atualmente, como chairman o presidente do Conselho Deliberativo da Bracelpa, Boris Tabacof.

Na qualidade de diretor executivo da Bracelpa, também participo desse Comitê, como membro oficial, além de exercer a Secretaria da Confederação Industrial de Celulose e Papel Latino-Americana (Cicepla), entidade que reúne as associações latino-americanas, incluindo a do México. Estamos coordenando, junto aos membros da FAO/ONU, o desenvolvimento de dois projetos institucionais inéditos e de grande significado para o setor brasileiro de celulose e papel.

Um deles tem como objetivo a consolidação dos dados relativos à responsabilidade social do setor, em escala mundial, tomando por base a experiência de empresas brasileiras na geração de benefícios sociais e suas participações no desenvolvimento do país. O outro projeto tem como foco a elaboração de um Código de Conduta sobre Florestas Plantadas de âmbito global, de forma a ressaltar os significativos benefícios do cultivo de florestas para fins industriais, entre outros, o de contribuir para a preservação de florestas nativas e conservação do meio ambiente.

A Bracelpa também tem expressiva atuação no International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA), desde sua criação, em 1996. A organização, da qual fui presidente, reúne associações de cerca de 40 países, que representam indústrias responsáveis por 75% da produção mundial de papel. A ICFPA reúne-se anualmente para discutir temas fundamentais para o desenvolvimento dos segmentos florestal, de celulose e papel, a longo prazo.

No último encontro, realizado em junho deste ano, por ocasião da conferência Global Forest and Paper Summit 2005, realizada em Vancouver, no Canadá, reforçamos a posição brasileira com relação a diversos temas, como a certificação de florestas plantadas, corte ilegal de madeira, áreas florestadas para fins industriais, mudanças climáticas e o protocolo de Kyoto, além do estabelecimento de acordos de cooperação com entidades como o World Business Council of Sustainable Development e com o Fórum de Florestas da ONU.

Em suas participações, a Bracelpa ressalta a contribuição da indústria brasileira de celulose e papel no combate à pobreza e às desigualdades. Nossas comunicações enfatizam a adoção do tripé de sustentabilidade, baseado na aliança entre a vertente econômica e ações efetivas relativas a aspectos sociais e de meio ambiente, com resultados que vêm despertando o interesse de outros países pelo ineditismo e criatividade de iniciativas.

A Bracelpa, em linha com os esforços para garantir a defesa dos interesses do setor brasileiro de celulose e papel, tem atuado para reforçar a presença do Brasil como importante protagonista do mercado internacional. É com satisfação que temos visto nossas idéias e propostas serem adotadas e referenciadas como exemplos, pelos parceiros globais do segmento de celulose e papel.