A evolução tecnológica e suas ferramentas estão mudando a maneira como o mundo opera. Em poucos anos, presenciamos rupturas em eficiência, capacidade e acessibilidade. Ao longo da história, os desenvolvimentos tecnológicos melhoraram a conectividade entre pessoas e negócios, permitiram inclusão, desenvolvimento financeiro, acesso ao comércio e a serviços que estão transformando a sociedade.
Na saúde, ajudam a diagnosticar doenças, a aumentar a expectativa de vida e a salvar pessoas. Na educação a distância, abriram-se programas para estudantes que, de outra forma, seriam excluídos. Novos padrões de trabalho tornaram outros obsoletos, levando a mudanças sociais mais amplas.
A digitalização também ameaça a privacidade e a segurança, acentua diferenças e direciona escolhas individuais. O avanço da inteligência artificial já permite monitorar movimentos, compras, conversas e comportamentos. A extração e a exploração dos dados, para fins financeiros, os tornariam um ativo pessoal se houvesse uma regulamentação para tal.
Dados geram informações que agregam mais valor do que qualquer moeda. Existe vantagem competitiva nos dados que sua empresa gera ou adquire para entender melhor seu cliente. Sabe-se que é mais caro conquistar um novo cliente do que fidelizar um existente. Acompanhar e analisar seus dados para tomar melhores decisões sobre produtos e serviços é fundamental para a sobrevivência dos negócios.
Com essas informações, é possível pensar como o cliente. Há alguns anos, era comum grandes e pequenas empresas atuarem cada qual em seu nicho de mercado e raramente seus caminhos se cruzavam. Agora, aliando o e-commerce e a inteligência artificial, todos estão potencialmente competindo com todos.
Transformamos o padrão do “peixe grande caçar o peixe pequeno” na tendência do “peixe rápido caçar o peixe lento”. Com tudo isso, ainda tivemos um catalisador, a pandemia da Covid-19, que está combinando choques sociais e econômicos com o potencial de reposicionar a utilização da tecnologia em todos os negócios.
Estamos sendo desafiados a ressignificar a segurança dos profissionais, do local de trabalho e a continuidade dos negócios. As organizações estão com a força de trabalho reduzida, e a solução está em tecnologia. Ela maximiza a reação das empresas e cria resiliência a ameaças futuras, aplicando conceitos de futuro do trabalho às práticas consagradas de atuação.
Estamos descobrindo o novo normal. As empresas que adotaram a utilização de tecnologias simplificaram seus processos e adaptaram seu local para um ecossistema de recursos virtuais, com tecnologia e normas comportamentais que definem o trabalho como algo que fazemos e não onde fazemos, por meio de ferramentas e plataformas de colaboração que garantem a dinamicidade e o trabalho em equipe.
Profissionais com mentalidade ágil, adaptabilidade e ownership passam a ser mais valorizados. Além disso, a recente rotina, forçada pela pandemia, demostrou que as empresas podem aumentar a diversidade e a inclusão, assim como envolver parceiros e outras partes interessadas em qualquer lugar do mundo.
Há um consenso de que o gerenciamento dessas tecnologias e, principalmente, a tradução delas em resultados sólidos exigirão mudanças em nossa abordagem da educação, colocando mais ênfase em ciências e tecnologia. Contudo, as soft skills serão mais necessárias do que nunca. Habilidades pessoais, empatia e resiliência asseguram que as pessoas possam se requalificar e se aprimorar ao longo da vida.
Toda essa digitalização e automação gera eficiência; os profissionais se concentrarão na inovação, criatividade e resolução de problemas. Recrutamento e seleção assertivos passam a ter um papel ainda mais importante, pois precisaremos identificar, atrair e envolver profissionais com habilidades específicas, combinadas com a diversidade de experiências necessárias para se formar uma equipe de alta performance e, por consequência, suportar a organização a alcançar sua missão e propósito.
Além disso, a aprendizagem contínua apoiará a qualificação necessária para a força de trabalho lidar com possíveis escassezes de talentos. Trabalhos especializados poderão se beneficiar com o uso da inteligência artificial, tornando essas funções mais valiosas e resistentes a crises futuras. Por outro lado, trabalhos em que a utilização de inteligência artificial não seja possível serão alvos de inovação.
Funções em que as tarefas possam ser totalmente automatizadas podem estar em risco, pois há uma tendência de se operar de forma automatizada. O setor florestal também vivencia toda essa revolução tecnológica. Existem benefícios na cadeia de valor florestal oriundos desses desenvolvimentos, como a acessibilidade, no campo, aos sistemas de informação e planejamento, as mecanizações e as automações na silvicultura, na colheita e no transporte.
Por exemplo, a International Paper digitalizou apontamentos manuais no campo e monitora a operação em tempo real, gerando ganhos financeiros e qualitativos com a análise dos dados coletados. Vale destacar o melhoramento genético e a evolução nas formulações, incluindo taxas variáveis; os monitoramentos remotos de pragas, doenças e incêndios; a digitalização do inventário e os otimizadores de planejamento para apoiar decisões de manejo; além das quebras de paradigmas e novos conceitos que o analytics vem trazendo.
A International Paper busca contribuir para o desenvolvimento de melhores práticas de manejo e gestão, acelerando a adesão a novas tecnologias. A inovação faz parte dos nossos pilares estratégicos, que conta com uma equipe preparada para atender à demanda dos clientes. Além do investimento em tecnologia, buscamos soluções para os nossos processos, olhando para a sustentabilidade de todo o negócio.
Essas tecnologias têm potencial comprovado para melhorar os resultados do manejo florestal, os custos operacionais e a eficiência do planejamento. Embora os ganhos mais rápidos possam ser obtidos por meio de uma melhor espacialização e redução de custos, o maior potencial de criação de valor a longo prazo é o aumento de produtividade das florestas.
É inegável a transformação pela qual o setor florestal vem passando e ela não está perto do fim. Esse fato nos faz questionar o profissional florestal que precisaremos para consolidar e catalisar as novas práticas. Temos o desafio de reduzir o hiato entre campo e escritório, precisamos combinar a vivência operacional com as tecnologias e otimizações para buscarmos melhores resultados.
Precisamos solidificar pontes entre o mundo corporativo e a academia para aliarmos conhecimento tácito com teórico e termos as melhores práticas florestais. A tecnologia está evoluindo sem sinal de arrefecimento; combiná-la com o desenvolvimento de pessoas é uma obrigação para empresas que querem atrair talentos e perpetuar a competitividade dos negócios.
A combinação desses fatores no setor florestal brasileiro nos coloca em uma posição de vantagem em um mercado atrativo. A velocidade com que aplicaremos todos esses recursos para catalisar resultados dirá quais serão as novas barreiras a serem ultrapassadas.