Realmente é verdade? Será? Madeira cara é a que não chega na fábrica? Essa pergunta, ou, em alguns casos, afirmação, constantemente aparece nas discussões florestais sobre suprimento de madeira. A intenção das palavras a seguir é, de maneira simples, tentar fazermos uma reflexão e levantar perguntas sobre essa máxima.
O suprimento de uma fábrica ou planta consumidora de madeira não pode ser só visto sob os aspectos da colheita e do transporte florestal. Acredita-se que esse planejamento e essa inteligência nascem já na silvicultura, pois o ordenamento florestal e a espacialização geográfica do maciço garantirão boa parte da racionalização desse processo.
Porém essa arquitetura inicial só é possível em novos projetos de expansão onde a base florestal está em formação e, dentro das possibilidades, esses aspectos podem ser considerados. Esse seria o mundo ideal, onde pudéssemos escolher, de forma racional e otimizada, onde e de que forma – espaçamento, alinhamento, malha viária, logística de mão de obra e insumos, entre outros – as florestas seriam alocadas, já pensando no momento da colheita. Mas a realidade da oferta de florestas prontas para corte normalmente não pôde ser implantada dessa forma, ou não se sabia exatamente o seu destino; sendo assim, o plano de abastecimento precisa operar sobre um cenário já existente.
Uma receita para a garantia da eficiência da logística no abastecimento de madeira não depende apenas de ferramentas prévias à colheita. Conforme comentado, do ponto de vista operacional, temos duas situações: uma são as florestas já estabelecidas, aquelas que estão aptas à colheita e prontas para suprirem a necessidade de madeira; e a outra são as novas florestas que ainda iremos formar, sejam elas expansões de base de um projeto já existente, sejam elas de novos projetos de base florestal que precisam ser estabelecidas. O que, de fato, essa tal inteligência operacional de colheita e transporte pode fazer para mitigar os desafios do suprimento de madeira?
Com um pouco de experiência e observando diferentes modais de abastecimento, acreditamos que essa inteligência sempre esteve e sempre estará lastreada nas equipes, nas pessoas que compõem esse ambiente. Lógico, ferramentas tecnológicas são necessárias para complementar e agilizar o processo, principalmente pelas questões de padronização e de avaliação múltipla das variáveis.
Tudo começa a ser formatado na base das equipes, sejam elas de planejamento, operacionais ou de controle. Uma boa formação, identificação de gaps e capacitação constante nos proporcionarão boa parte da inteligência necessária para uma colheita eficiente e uma boa estratégia de logística.
Empresas que observam e valorizam esse aspecto, com certeza, estão na vanguarda da tal busca pela maximização dos ganhos e pela melhoria constante de performance, garantindo, assim, a realização das operações e o abastecimento, com otimização da eficiência, ganhos consideráveis e contínuos de produtividade. Fortalecem o engajamento, o comprometimento e a diversidade, tendo como resultado o bom desempenho, ou seja, a captura da tal inteligência das operações. Isso pode parecer filosófico, mas as pessoas estão à frente de todo e qualquer processo, de toda e qualquer ferramenta, de todo e qualquer planejamento e realização das atividades florestais.
Após esse entendimento da importância das pessoas nas operações, podemos partir para algumas tecnologias e ferramentas. E, quando falamos em tecnologias, um ponto de muita atenção deve estar na geração de bons dados, que, quando bem trabalhados, geram boas informações, agregando valor ao negócio. Sob esse aspecto, temos inúmeras ferramentas que operam com otimização, predições, Big data, etc., fazendo conexões acima da capacidade humana para solucionar, ou melhor, prever aspectos e impactos que possam ser evitados na realização das operações.
O principal cliente dessas tecnologias, além dos gestores, são principalmente as pessoas do front de operação, que, quando munidas de informações rápidas e assertivas, conseguem tomar as ações de imediato e, assim, agregam valor à cadeia produtiva. A conexão homem-máquina faz com que os resultados apareçam de uma forma natural, uma vez que estamos conectando pessoas, processos e ferramentas. No caso dos equipamentos, dessa maneira, conseguimos capturar, em tempo real, ganhos, evitar desperdícios e maximizar resultados.
De forma objetiva e simplificada, nossos resultados estão baseados em:
Para atingirmos os objetivos do suprimento de madeira e para que “a madeira chegue à fábrica”: Cuidemos das pessoas, fortaleçamos processos e conectemo-nos com ferramentas de ponta.