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Marcelo Augusto Pereira de Souza

Gerente de Negócios da Área Florestal da Gafor Logística

Op-CP-13

A logística de Insumos do plantio de silvicultura

Dentro da cadeia logística do setor florestal existe um elo menos notório, porém, de alta contribuição na redução do seu custo, que é a Logística de Insumos do plantio de silvicultura. Trata-se da otimização e controle das entregas de mudas, adubos e defensivos, que reduzem as perdas desses insumos, que compõem o custo final da produção de papel e celulose.

O modelo de Operador Logístico de Insumos Florestais visa estabelecer um elo controlador entre o plantio, o planejamento de plantio e o setor de suprimentos. Os objetivos são:

 

  • Entrega pontual do volume diário planejado para o plantio da silvicultura;
  • Logística reversa das embalagens e das sobras de insumos e mudas não plantadas no dia, zerando o estoque em campo, que é totalmente vulnerável a desvios;
  • Garantir que todas as frentes de trabalho tenham mudas e insumos para iniciar os trabalhos de plantio nos horários programados, e
  • Controle dos insumos aplicados e acuracidade de 100% do estoque de insumos nos CDs.

O envolvimento das áreas dentro da empresa é fundamental para cumprir com os objetivos desta operação, integrando as etapas de compras, recebimento nos CDs, logística de distribuição (planejamento de entregas através de programação de demanda de consumo e logística reversa), emissão de notas fiscais, carregamento, controle do tráfego (monitoramento de entrega) e logística reversa.

O controle sistêmico é fundamental para garantir a integridade da operação, podendo ser utilizadas ferramentas como WMS (Warehouse Management System, Sistema de Gerenciamento de Armazéns), que permite gerenciar as atividades de recebimento, movimentação, armazenagem, separação, carregamento e expedição, e mercadorias.

A utilização de coletores de dados, conectados à uma rede de rádio freqüência, reduz o trabalho e o custo de contagem física do estoque, e possibilita a verificação dos estoques em real-time. Com estas ferramentas, é possível garantir o cuidado de 100% dos inventários de insumos. Os caminhões e equipamentos, utilizados para as entregas nos pontos de plantios, devem ser otimizados, na máxima capacidade da sua utilização.

Em determinadas situações, a flexibilidade para carregarmos vários tipos de carga, como caixas de mudas, sacarias de adubo ou big-bag, em um mesmo equipamento, minimiza a capacidade de carga, aumentando os ativos envolvidos na operação. Um caminhão que transporta caixas de mudas exige um grande espaço interno de carroceria, devido ao volume da mercadoria e ao baixo peso. Já no transporte de calcário, é preciso um equipamento com maior capacidade de peso e menor volume.

Essa otimização, na sua devida aplicação, reduz em cerca de 15% o número de equipamentos, se compararmos com a utilização de um modelo genérico de frota. A utilização do roterizador sistêmico de entregas propicia calcular a melhor rota, com o menor custo da entrega. E a utilização da logística reversa, levando em conta todas as restrições de trânsito, reduz a quilometragem ociosa. Este impacto é direto nos maiores custos de frota, combustível e pneus, além do mais, é muito difícil chegar à perfeição de um roterizador, comparado com a roterização manual.

É imprescindível que seja feito o rastreamento e o monitoramento dessas entregas, acompanhando o sistema de rastreamento, e se o que foi planejado está sendo cumprido, dando, flexibilidade de ser alterada a rota, se houver alguma mudança nas frentes de plantio, ocasionada por chuvas ou outros fatores. A mensuração de desempenho da operação é feita com base em notas de indicadores, estabelecidas entre o tomador do serviço e a contratada.

Os indicadores avaliam o desempenho da operação quanto à pontualidade na entrega, ao consumo de combustível, ao atendimento à demanda, ao recolhimento de embalagens, à freqüência de acidentes de trânsito e trabalho, ao controle de estoque e as não-conformidades ambientais e de segurança.

O monitoramento desses indicadores é feito através da metodologia de visualização de painéis de bordo, que acompanha o desempenho a partir de dados gerados e disponibilizados pela operação. Diante da necessidade de buscar instrumentos eficazes para a medição do desempenho e da produtividade, nas entregas no campo, desenvolvemos um programa que faz o acompanhamento das etapas da viagem, comparando os tempos realizados pelas frotas nas entregas, com o que foi preestabelecido no planejamento de plantio.

As informações da programação são comparadas com as informações de viagem, que são enviadas em tempo real pelo motorista, através da tecnologia de rastreadores. Além dos impactos econômicos, temos os impactos ambientais e sociais. Por exemplo, um vasilhame de defensivo, abandonado na área de plantio, pode ser utilizado para outros fins, contaminando nascentes e povoados que se abastecem desta água em suas casas.

Assim, é fundamental a logística reversa de recolhimento de embalagens para a sustentabilidade do setor florestal. A dinâmica da operação deve ser respeitada e absorvida, mas, não usada como forma de justificar a falta de planejamento de plantio. Sem este planejamento não existe a otimização de todos os recursos que citamos. A falta de todos estes controles acaba sendo absorvida no custo por hectare plantado, que representa um grande percentual da composição do custo da produção de Celulose.