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Máximo Pacheco

Presidente da International Paper do Brasil

Op-CP-05

A contribuição da floresta plantada em nossas vidas

O Brasil é conhecido mundialmente por sua extensa cobertura florestal, sendo este o maior elemento de identidade natural da nação. Sua intrínseca vocação florestal reflete-se no fato de que 64% do território nacional, ou 540 milhões de hectares, são constituídos por florestas. Deste total, as florestas plantadas representam apenas 1%. No entanto, um terço de toda madeira consumida no Brasil é proveniente das plantações florestais, demonstrando a importância deste setor à economia do País.

Além disso, a silvicultura brasileira vem consolidando sua posição de liderança em escala mundial, no tocante à eficiência e competitividade, sendo ainda referência em qualidade, produtividade, pesquisa e tecnologia. Esta conjuntura permite-nos ressaltar adiante os benefícios econômicos que vêm sendo proporcionados pelo segmento de florestas plantadas ao País.

O setor de base florestal já representa quase 5% do Produto Interno Bruto do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Florestas Plantadas, ABRAF, em 2005, estima-se que o setor de florestas plantadas respondeu pela arrecadação de R$ 9,2 bilhões em tributos, o que representou cerca de 1,7% do total recolhido aos cofres públicos no país (R$ 542,9 bilhões).

Também foi responsável pela exportação de US$ 4,7 bilhões, perfazendo 63,5% do total exportado pelo setor florestal e 4% do total exportado pelo país, em 2005. Neste mesmo ano, alcançou a participação de 8,5% no superávit da balança comercial brasileira. Além disso, o setor florestal brasileiro tem anunciado e realizado investimentos significativos. Até 2012, o setor florestal-industrial pretende investir cerca de US$ 20 bilhões no país,  sendo cerca de US$ 14 bilhões no segmento de celulose e papel e US$ 6 bilhões no segmento de produtos de madeira sólida.

No tocante aos benefícios sociais, estimativas mostram que a cadeia produtiva do setor de florestas plantadas (primário e transformação industrial), em 2005, foi responsável por cerca de 4,1 milhões de empregos: entre diretos (676 mil), indiretos (1,7 milhão) e empregos resultantes do efeito-renda (1,8 milhão). Esse total representa 10,5% da população economicamente ativa (PEA) do Brasil.

Outra questão oportuna de ser ressaltada refere-se ao crescimento do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, nos municípios com atividades de florestas plantadas, envolvendo celulose e papel, siderurgia, produtos de madeira sólida e painéis reconstituídos, associadas à indústria de transformação da madeira. De um modo geral, o crescimento observado em municípios com atividade florestal, relacionada às florestas plantadas, situam-se acima dos crescimentos médios dos estados.

Para esta questão, também tem contribuído os programas de fomento florestal, que apresentam uma gama de benefícios socioeconômicos para os pequenos e médios proprietários rurais, promovendo a distribuição de renda, injetando recursos nas economias municipais e regionais e fixando o homem no campo. Com o estímulo das empresas do setor e de planos de fomentos oficiais, esses agricultores foram responsáveis por aproximadamente 23% da área reflorestada em 2005.

As empresas do setor também desenvolvem programas de responsabilidade socioambiental junto às suas comunidades, provendo oportunidades educativas, culturais e em saúde nos municípios onde atuam. No que concerne aos benefícios ambientais advindos das florestas plantadas, vale ressaltar que nenhum outro setor da economia tem dispensado tanta atenção ao cumprimento do código florestal brasileiro.

Como dito anteriormente, apesar de ocuparem apenas 1% da cobertura florestal no Brasil, o que equivale a 5,5 milhões de hectares, as empresas do setor de florestas plantadas conservam cerca de 3,0 milhões de hectares de florestas nativas. Esta significativa porção de áreas de matas nativas, entremeadas às plantações florestais, permite que sejam protegidas e conectadas áreas de relevante interesse ambiental na paisagem, como as áreas às margens de rios e lagos, fazendo com que os benefícios à conservação do solo e da água estejam presentes no manejo florestal, assim como a fauna local tenha, nestas propriedades, fontes de alimento e abrigo, para perpetuarem suas populações.

Neste quesito, as certificações florestais demonstram a responsabilidade ambiental no setor e o compromisso com a sustentabilidade do manejo florestal. A área total de florestas certificadas no país, até 2005, atingiu 4,2 milhões de hectares. Deste total, 2,7 milhões de hectares corresponderam às florestas plantadas de pinus e eucalipto.

As certificações florestais são atestadas por terceiras partes independentes, que verificam o atendimento a princípios internacionalmente reconhecidos de questões sociais, econômicas e ambientais relevantes. Neste quesito, o Brasil ainda conta com uma iniciativa nacional, gerenciada pelo Inmetro, chamada CERFLOR, Programa Brasileiro de Certificação Florestal.

Em resumo, acreditamos veementemente nos benefícios que as florestas plantadas representam ao desenvolvimento do Brasil e ao seu povo, pelos fatos e considerações anteriormente relatadas. Fico orgulhoso com a contribuição do setor na transformação do Brasil em um país melhor e com uma economia mais forte.

Cumpre-nos o papel de tornar este setor cada vez mais competitivo, de forma a garantir sua contínua expansão e a geração dos benefícios intrínsecos à sua atividade, para toda sua população. A sustentabilidade da produção florestal, em especial das florestas plantadas, advém dos esforços de toda a sociedade em fazer com que este setor torne-se, cada vez mais, um dos pilares de nossa economia, gerando riquezas e dividendos à toda nação.