É impossível pensar em florestas sem lembrar de todo o contexto ambiental e sistêmico que elas abrangem. São incontáveis as interações ambientais que elas promovem. Por isso, é fundamental que as empresas florestais, com importantes projetos característicos de um setor em constante expansão, levem em consideração os aspectos do meio ambiente.
A silvicultura é a arte de criar ambientes adequados para produção florestal e assegurar produtividade no longo prazo. Nela, as práticas de conservação são tão naturais, que as adotamos como premissas básicas. Pode parecer antigo e até repetitivo falar sobre a importância de as empresas utilizarem as melhores técnicas para a conservação do solo, o manejo, combate a incêndios e tantas outras práticas para alavancar os projetos florestais, mas o básico funciona.
Começando com a capacitação de pessoas para a prevenção e combate aos incêndios florestais, na Dexco, por exemplo, contamos com os recursos adequados e pessoas preparadas para atuarem nesses casos, além de sistemas de detecção automática de incêndios. Temos também relações e trocas genuínas com as comunidades e empresas vizinhas para o apoio no cuidado da vida ali presente, da floresta natural e plantada, dos animais e da vida do solo. Com esse trabalho, foi possível garantirmos a redução de cerca de 90% em área queimada nos últimos quatro anos.
Outra frente em que temos colocado foco na Dexco é na diminuição de impactos na etapa de transporte da madeira até as fábricas. Nos últimos sete anos, reduzimos o raio médio de transporte da madeira em aproximadamente 15%, passando de 73km para 61km. Esse já é um ótimo resultado, mas seguimos trabalhando para termos ganhos ainda maiores nos próximos cinco anos, diminuindo o consumo de combustível, o uso de caminhões e o desgaste de peças e estradas.
Olhando para oportunidades, nossas florestas também podem servir como um elo em cadeias de economia circular. O material produzido a partir da compostagem de lodo de ETE e cinzas de caldeira pode ser utilizado como insumo para adubação destas plantações, minimizando a destinação destes resíduos para outros locais, como aterros, e substituindo parte dos adubos sintéticos que precisariam ser adquiridos para utilização nestas operações. Essa é uma prática operacional na Dexco desde 2022, com ganho médio de 6,5% em custo, comparado com a adubação tradicional.
Por realizarmos nossas operações em convívio direto com a fauna e a flora locais, o cuidado com seus habitats é prática consolidada nas empresas florestais. Na Dexco, há mais de cinco décadas investimos em estudos sobre a biodiversidade existente em nossas áreas, muitas vezes em parceria com universidades, contribuindo para produção de conhecimento científico e formação de profissionais. Neste sentido, o setor florestal representa a vanguarda em direção a uma economia que tem demonstrado mais preocupação com o valor da natureza e da biodiversidade.
O desafio dos projetos florestais é fazer o uso mais eficiente dos recursos para assegurar a sustentação das florestas de forma otimizada. Cada vez mais, a tecnologia deve estar a nosso favor. Hoje, já conseguimos projetar variações no clima com o impacto na produtividade no eucalipto e é aqui onde temos de avançar. Quando olhamos para o meio ambiente, quais são nossos limites? Conseguimos avançar em melhoramento genético e alocação clonal? Como estudar a biodiversidade através de geotecnologias? Como traçar a estrada mais otimizada, considerando maior área, menos custo e com o menor impacto no solo? Como relacionar todos estes dados e informações que geramos para projetar com mais precisão e produtividade as florestas do futuro? A inovação pode ajudar a trazer respostas para estas perguntas.
Além disso, temos o dever de apoiar outros atores da cadeia produtiva, como pequenos produtores, a buscarem o melhor de suas operações para que o setor possa entregar todo o seu potencial de responsabilidade ambiental.
Portanto, quando se trata de meio ambiente, o óbvio precisa ser dito e realizado. Deve ser uma das seivas que conduzem nossas florestas para o avanço. Para isso, é importante se manter atualizado e inovando, mas sempre pensando na simplificação, pois o básico bem-feito funciona muito bem.