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Nathan Lara Caressato

Coordenador de Engajamento Digital da Suzano

OpCP76

A nova força de trabalho: a desenvolvedora
“Hoje todos somos datilógrafos” é uma expressão sempre presente em palestras e treinamentos na Suzano. Para os mais novos, datilografar se refere ao ato de digitar. Era extremamente comum nos anos 80 e 90 ver matérias de jornais afirmando que quem não possuísse um curso de datilografia estaria fora do mercado de trabalho. A Suzano mesmo, nessa época, treinava seus profissionais nessa habilidade.
 
E, de fato, chegamos a esse ponto, não é verdade? Você imagina sua vida profissional hoje sem saber datilografar?

A transformação digital pós-pandêmica mudou drasticamente – e continua mudando – o mercado de trabalho. Um dos pilares dessas alterações são as habilidades requeridas dos profissionais. Deixamos de dizer “habilidades do futuro” para nos referirmos às “habilidades do presente” como um conjunto de competências necessárias para que os colaboradores transformem os negócios e a si mesmos, com mais inovação, bem-estar, simplicidade e alto impacto.

À medida que a tecnologia continua a redefinir as indústrias, a necessidade de competências atuais e de uma força de trabalho com conhecimentos de tecnologia nunca foi tão crítica. Há anos, literalidade tecnológica ou habilidades de TI figuram entre as habilidades mais necessárias e em falta no mundo. E, com a certeza de que com tecnologia tudo é possível, hoje é mais necessário do que nunca.

Hoje, a indústria como um todo exige uma combinação de conhecimentos em diversas esferas, que vão das competências tradicionais até as habilidades tecnológicas de ponta. Para uma empresa como a Suzano, que está na vanguarda da inovação sustentável, a capacidade de integrar tecnologias ao dia a dia é fundamental. Esperamos que os profissionais modernos possuam uma compreensão abrangente da posição que ocupam e novas habilidades urgentes, com ênfase crescente na análise de dados, na literacia digital, na proficiência com ferramentas de software avançadas e na criatividade.

Capacitar pessoas para essa realidade deve ser, portanto, uma obrigação dentro das indústrias de ponta. Na Suzano, essas habilidades são desenvolvidas na Academia Digital, onde treinamos e empoderamos nossos colaboradores em áreas como Ciência, Análise e Engenharia de Dados, Inovação Aberta, Agilidade, LowCode, RPA e Criatividade. 

Enxergamos a tecnologia como um meio para o atingimento de resultados, e não como um fim. Ser um cidadão desenvolvedor é entender que a tecnologia está à nossa disposição para criarmos e resolvermos diversos aspectos da nossa vida no trabalho, com mais facilidade e rapidez. Algo que estará cada vez mais introjetado nas organizações, assim como foi a datilografia no passado. Afinal, não somos hoje datilógrafos?

Como dito, a tecnologia é um componente essencial nas operações da Suzano. A integração de dispositivos e sistemas, sistemas de informação geográfica (GIS), RPA, desenvolvimento de softwares e Advanced Analytics transformaram a forma como monitoramos florestas, gerenciamos recursos e otimizamos processos de produção.
 


A Agilidade e o Design nos permitiram inovar mais rápido, ser mais centrados no cliente, interno ou externo, e criar aquilo que ainda não havia sido feito. E grande parte disso é feito fora da área de tecnologia, pelas pessoas do “negócio”. Por meio de um Data Lake organizado, os alunos puderam criar aplicativos web para monitoramento automatizado de florestas, um otimizador que cria melhores rotas de transporte de ônibus, reduzindo o tempo e a emissão de gases do efeito estufa, ou ainda preditores de consumos para melhor eficiência operacional.

Um desenvolvedor cidadão é um indivíduo que cria produtos de tecnologia usando ambientes de desenvolvimento homologados e disponibilizados pela TI corporativa. Eles não são desenvolvedores profissionais, mas possuem as habilidades e o conhecimento para desenvolver tecnologia que atenda às necessidades específicas do negócio. No contexto da Suzano, os desenvolvedores cidadãos desempenham um papel chave na promoção da inovação e da eficiência operacional. E esse é, hoje, um dos grandes diferenciais de uma empresa que se vê como uma startup de 100 anos.

Na Suzano, investir no desenvolvimento de Tech para todos os nossos colaboradores nos traz inúmeros benefícios:
• Agilidade e Produtividade: Colaboradores letrados e empoderados em Tech podem criar e implantar aplicativos rapidamente para atender às necessidades 
imediatas do negócio, melhorando a agilidade operacional e trazendo ganhos em simplificação e eficiência.
• Eficiência de Custo: Ao capacitar colaboradores não técnicos para criar soluções, reduzimos a dependência de fornecedores externos, trazendo não somente um ganho econômico, mas também um ganho de personalização do produto, afinal, é a área criando para ela mesma.
• Empoderamento dos Colaboradores: Ao oferecermos ferramentas e treinamento para o desenvolvimento de tecnologia, promovemos uma cultura de inovação, na qual reafirmamos sempre que “com Tech tudo é possível”.
• Escalabilidade: À medida que mais colaboradores se tornam proficientes no desenvolvimento de soluções de tecnologia, com uma governança robusta, percebemos um aumento de escala de soluções personalizadas e de ganhos cada vez maiores para as pessoas e para o negócio.
• Qualidade de Vida: Empoderar os colaboradores em Tech contribui para a redução de atividades transacionais, reduzindo horas de trabalho que podem ser usadas em trabalhos mais criativos.

Os resultados se acumulam ao longo dos quase seis anos de programa da Academia Digital. Entre eles, já identificamos mais de R$ 29 milhões capturados em geração de valor para a empresa. Mas esse não é o número mais expressivo. O que mais chama a atenção é o impacto na vida e na carreira desses profissionais. Refiro-me a mais de 3 mil pessoas formadas em habilidades Tech e 10% de Redeployment. Esse é um número que representa mudança de área para a área de TI, favorecendo a movimentação interna. Também é mensurável o aumento do encarreiramento das pessoas participantes, com mais promoções e destaques em programas de performance da Suzano, e uma redução de mais de 10 mil horas de trabalho repetitivo.

O Perfil dos Novos Profissionais
O perfil dos profissionais que estão entrando no mercado de trabalho hoje é marcado por uma forte aptidão tecnológica. Esses jovens são altamente tecnológicos, familiarizados com as mais recentes inovações e ferramentas digitais desde cedo. Eles são propositivos, constantemente buscam formas de melhorar processos e trazer soluções inovadoras para desafios antigos. Sua inquietude e desejo de enfrentar desafios fazem deles agentes ativos de mudança, sempre prontos para questionar o status quo e propor novas ideias.
 
Pessoalmente, uma característica que eu admiro nesses jovens é a preguiça, mas não vista como algo ruim, mas pelo lado do “será que precisamos fazer assim? Esse processo não poderia ser automatizado?” É uma geração muito criativa, que precisa encontrar meios de exercer essa criatividade. “Livrar-se” de atividades burocráticas é uma delas.

No entanto, apesar dessa forte base tecnológica, muitos desses jovens profissionais são altamente especializados em suas áreas. Essa especialização pode limitar sua visão global e a capacidade de atuar de forma transversal em diferentes setores da empresa. É essencial que nós, como organização, invistamos no desenvolvimento de habilidades generalistas nesses profissionais, ajudando-os a adquirir uma compreensão mais ampla dos negócios e a conectar pontos entre diferentes disciplinas. Isso ampliará sua capacidade de contribuir de forma mais estratégica e integrada.
 
Para ajudar esses jovens a se tornarem mais versáteis, aqui na Suzano oferecemos um programa de desenvolvimento contínuo que incentiva a aquisição de novas competências, a ampliação de conhecimentos e a troca entre gerações. Mentoria, rotações e projetos interdepartamentais são algumas das estratégias que usamos para promover essa transformação, inclusive para diferentes tipos de cargos, e não apenas para jovens de entrada. Ao fomentar uma visão global e habilidades generalistas, não apenas enriquecemos a trajetória profissional desses jovens, mas também fortalecemos sua própria capacidade de inovação e adaptação em um mercado em constante e rápida evolução como o Florestal-Celulósico. 

Na prática, olhamos menos para a formação prévia, eventualmente deficitária e desatualizada de muitas universidades, quando analisamos apenas o passado de formação escolar e acadêmica, e damos o devido peso ao que mais importa, que é o futuro desses profissionais para o desenvolvimento deles e da organização.

Afinal, à medida que o nosso setor continua a evoluir, as expectativas para os profissionais também se transformam. Hoje buscamos futuros colaboradores que não apenas possuam habilidades tradicionais, mas também demonstrem forte aptidão para tecnologia e inovação, alinhados ao último relatório sobre o Futuro do Trabalho do Fórum Econômico Mundial, que evidencia as seguintes características:
• Proficiência Técnica: Profissionais devem estar confortáveis com análise de dados, ferramentas de software e tecnologias emergentes.
• Adaptabilidade e Criatividade: A habilidade de aprender e se adaptar rapidamente a novas tecnologias e metodologias é básico para esse novo mundo.
• Colaboração: Trabalhar eficazmente com equipes multifuncionais, garantindo uma boa visão de tudo e de todos e com foco no cliente.
• Foco em Sustentabilidade: Compreensão profunda de práticas sustentáveis e sua integração em soluções tecnológicas.
• Mentalidade de Solução de Problemas: Proatividade e empoderamento em identificar desafios e desenvolver soluções usando as tecnologias.

A Suzano é líder mundial na produção de celulose e, por isso, precisa estar na vanguarda da revolução tecnológica na indústria florestal-industrial. Abraçar o movimento dos desenvolvedores cidadãos e investir nas habilidades do presente, necessárias para os profissionais modernos, são essenciais para navegar nessa transformação. Ao fomentar uma cultura de inovação, agilidade e sustentabilidade, nos conectamos à nossa “Startup de 100 anos”, inovamos e melhoramos, com muita tecnologia e foco nas pessoas.

Esse novo perfil de colaborador não é apenas um papel, mas um catalisador para a mudança, impulsionando empresas a serem cada vez mais inteligentes para um futuro mais sustentável e eficiente. Olhando para frente, a importância de investir nesse movimento não pode ser subestimada - é a chave para liberar todo o potencial da força de trabalho moderna e alcançar o sucesso a longo prazo em um mundo em constante mudança. Que outras empresas se juntem a nós nesse movimento, para que cada vez mais pessoas sejam formadas em Tech.