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(***) TEXTO PRODUZIDO PELO FORNECEDOR DO SISTEMA FLORESTAL SEM A INGERÊNCIA DO JORNALISMO DA REVISTA OPINIÕES

As RPPNs e  o desenvolvimento das pesquisas científicas e dos serviços ecosistêmicos?

Como as RPPNs estão colaborando para  o desenvolvimento das pesquisas científicas e para fornecimento dos serviços ecossistêmico?  Há quase 30 anos foi instituída no Brasil uma nova categoria de Unidade de Conservação conhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural, as RPPNs. Essa categoria de proteção tem o propósito de ser administrada por organizações e, até mesmo, por pessoas interessadas na conservação ambiental de uma determinada região, garantindo assim o aumento da diversidade biológica, a proteção dos recursos hídricos, do solo e do manejo de recursos naturais.

Em 31 de janeiro, comemoramos o Dia Nacional das RPPNs, instituído com a finalidade de divulgar a importância das áreas preservadas das Reservas Particulares do Patrimônio Natural e os investimentos que os proprietários dessas áreas empreendem em prol da preservação conservação da natureza. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente existem mais de 1300 RPPNs no Brasil, que reúnem cerca de 750 mil hectares sob proteção e categorizadas como RPPN, o equivalente a aproximadamente cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo. 




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Em muitas RPPNs, a responsabilidade dos proprietários vai muito além da conservação da biodiversidade e da paisagem, mas abrange também o uso responsável da área para desenvolvimento de pesquisas cientificas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como preservação de ambientes históricos.


Como exemplo dessa atuação, podemos citar as RPPNs mantidas pela International Paper, que é líder mundial na fabricação de celulose, papel e embalagem. Atualmente, a empresa é responsável por cinco RPPNs no estado de São Paulo, que somam 1345 ha. A Floresta das Águas Perenes, em Brotas (SP), apresenta uma área de 793 ha, colaborando para a conservação do bioma cerrado.  Além de contribuir para a manutenção dos mananciais e bacias hidrográficas da região, essa reserva estimula a principal atividade econômica do município: o ecoturismo.

Já a RPPN Parque Florestal São Marcelo, em Mogi Guaçu (SP), possui uma área de 187 há que foi 100% reflorestada e conta com uma parceria do Instituto de Botânica de São Paulo para estudos e desenvolvimento de projetos de pesquisas na área. O trabalho pioneiro de restauração ecológica, decorrente dessa parceria, que completou 20 anos em 2018, se tornou o primeiro Programa de Restauração Ecológica implantado com alta diversidade de espécies nativas arbóreas no estado, utilizando 101 espécies nativas arbóreas. Essa ação subsidiou, ainda, o desenvolvimento de políticas públicas sobre restauração ecológica no Estado.



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Também na região de Mogi Guaçu, a
RPPN Paineira, de 49,81 ha, possibilitou estudos que identificaram 83 espécies arbóreas e 98 espécies de animais, entre aves e mamíferos. Da mesma maneira, nas RPPNs Mata dos Macacos (Conchal - SP) e Engº Florestal Robson Laprovitera (Mogi Guaçu-SP), que está em fase de reconhecimento, têm sido essenciais para manter a vasta riqueza da fauna, flora e dos recursos naturais hídricos dessas áreas, nas proximidades da zona urbana e ao longo do curso hídrico.

Esperamos que a cada 31 de janeiro tenhamos mais atitudes e bons exemplos para compartilhar sobre o  aumento efetivo das áreas oficialmente protegidas por lei - categorizadas como RPPNs - bem como o uso sustentável destas em todo o país.

Afinal, nesse dia não celebramos apenas mais uma data, mas sim um momento de reflexão para olharmos a necessidade de mais voluntários para atuarem de maneira responsável junto às áreas de conservação. Uma RPPN vai além uma reserva natural, ela tem história e inúmeras funções para o nosso planeta.

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O autor, Miguel Magela, é Coordenador Ambiental Florestal da International Paper